Funcionário municipal de Mafra avaliava ninhos quando foi atacado. Autarquia e Ministério Público abriram inquéritos.
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Eduardo Fiúza, 60 anos, funcionário da Proteção Civil da Câmara de Mafra, morreu após ter sido picado na língua por uma vespa asiática à qual era alérgico, mas não sabia. O funcionário municipal foi chamado para retirar um ninho desta espécie predadora da abelha europeia, num terreno privado em Barreiralva, em Mafra, uma missão que se revelou fatal.
A picada na língua de Eduardo Fiúza por uma vespa, segundo o que o JN apurou, terá acelerado a propagação do veneno e provocado o choque anafilático que levou à paragem cardiorrespiratória. Não durou mais de cinco minutos. “Assim que foi picado teve logo uma grande reação e começou a sentir-se mal. Foi um flash”, lamentou esta segunda-feira ao JN o presidente da Câmara de Mafra, Hélder Silva. O acidente aconteceu na última sexta-feira e, segundo o que o JN apurou, não eram conhecidas doenças à vítima. As reações à picada provam que era alérgico, segundo o que terá dito a equipa médica que esteve no local.
A “missão” do funcionário, há 35 anos a trabalhar no município, explica Hélder Silva, “era fazer uma avaliação do ninho para ver se estava pronto a ser removido, de acordo com as normas de remoção de ninhos de vespa asiática”. “Desde 2012, estes ninhos têm vindo sempre a crescer”, acrescenta.
Fiúza era ainda voluntário nos Bombeiros de Mafra, há mais de duas décadas, tendo recebido vários louvores. Nas redes sociais, amigos e colegas recordam “um homem bom” que “tantas vidas ajudou a salvar”. Tinha duas grandes paixões: os bombeiros e a caça. Deixa dois filhos.