Funcionários concentrados à porta do Tribunal contestam "desigualdade de critérios" das medidas de segurança
Cerca de 50 funcionários do Tribunal do Seixal estão à porta do edifício, em protesto pela desigualdade de critérios das medidas de segurança, e aguardam o resultado de uma reunião entre o juiz presidente e o sindicato do sector.
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O protesto dos funcionários já provocou a suspensão dos julgamentos agendados para hoje de manhã.
Um dos funcionários no protesto disse à agência Lusa que a concertação acontece "desde as oito e pouco" e explicou que os funcionários estão contra a falta de critérios das medidas de segurança desde que ali decorre um julgamento que requer medidas de segurança.
"No início não nos fez diferença, mas agora apercebemo-nos de que há outros funcionários, como os que entram antes das 8 horas ou as empregadas de limpeza, que não passam pela revista e detecção de metais", disse.
Entre a multidão ouvem-se reclamações de quem não acha justo "ser considerado um suspeito comum".
Os funcionários estão a aguardar o resultado da reunião entre o juiz presidente do tribunal e o sindicato para avaliarem se entram ou não ao serviço.
A Lusa não conseguiu saber quantos funcionários entraram no tribunal e estão a trabalhar.
Antes de entrar para a reunião, Fernando Jorge, do Sindicato dos Funcionários Judiciais disse à Lusa que os funcionários não aceitam ter que ser revistados todos os dias "como qualquer cidadão suspeito".
"Esta é a nossa casa, trabalhamos aqui há muitos anos", sublinhou.
No Tribunal do Seixal decorre desde o final de Abril o julgamento de uma alegada rede de extorsão através da prestação de serviços de segurança em bares e discotecas.
Os 24 (inicialmente 26) arguidos são acusados de mais de 100 crimes de homicídio, sequestro, associação criminosa, prática de segurança ilegal em bares e discotecas, porte de arma proibida, entre outros.