Os funcionários responsáveis pela limpeza do Hospital de Gaia estão a fazer, esta sexta-feira, uma greve de 24 horas, por considerarem que a empresa Sá Limpa não está a cumprir com as obrigações legais dos contratos estabelecidos. Na quarta-feira também houve paralisação do serviço, mas em Guimarães.
Corpo do artigo
As acusações partem do Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Actividades Diversas (STAD), que explicaram, ao JN, que a empresa em questão, responsável pela contratação dos funcionários, "não cumpre o contrato coletivo de trabalho".
"A Sá Limpa é incumpridora e não respeita os trabalhadores, que chegaram ao limite. Os pacientes do hospital é que sofrem, por não terem a limpeza que merecem, mas nós merecemos respeito. Não queremos continuar a trabalhar com esta empresa, mas a decisão não é nossa", explica Carla Pinheiro, dirigente sindical e vice-coordenadora de limpeza do STAD.
As connversações com a empresa de prestação de serviços estão a decorrer desde novembro de 2024, sem entendimento ou desenvolvimentos no caso.
Segundo os relatos, esta não é a primeira vez que tal acontece, uma vez que em fevereiro de 2024 o sindicato já tinha emitido um pré-aviso de greve, mas "os pagamentos foram regularizados três dias antes". Agora, a situação repete-se, mas desta vez houve outras táticas de disuassão da greve, que em Gaia contou com uma adesão de 80%.
"Tentaram boicotar a greve e intimidar os trabalhadores. Mandaram mensagens individuais a avisar que estavam convocados para se apresentaram ao serviço. Não podemos continuar assim porque sem entrega dos recibos de salários, sem pagamento das horas de plenários sindicais, da ausência de majoração de férias e com a negação de tempo livre para a assistência a filhos e obrigações legais, não temos condições para continuar", salientou Carla Pinheiro, acrescentando ainda que o sindicato "vai continuar a lutar até ver os direitos dos trabalhadores garantidos".
Sá Limpa nega incumprimentos
Por sua vez, a Sá Limpa publicou um comunicado onde nega a existência de incumprimento de obrigações laborais e afirma que já pediu esclarecimentos ao STAD.
"Não foi detetada a existência de alegados incumprimentos das obrigações laborais que assistem aos trabalhadores destas Unidades Hospitalares e, apesar de ter sido solicitado ao STAD, por mais do que uma ocasião, a indicação concreta e individualizada das situações passíveis de enquadrarem cada uma as exigências reivindicadas, o STAD não foi capaz de assinalar. Por esse motivo, a SÁ LIMPA FACILITY SERVICES LDA considera que não existem razões que fundamentem a realização da greve em causa, a qual terá motivos alheios à empresa", lê-se no documento.