Os funcionários de limpeza do Hospital de Gaia estão, esta sexta-feira, novamente em greve por considerarem que a empresa SALIMPA continua sem cumprir com as obrigações legais do Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) estabelecido.
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Esta é a segunda vez que os trabalhadores sentem necessidade de se manifestar, depois da greve de março, por acreditarem que a empresa prestadora de serviços de limpeza não "dá condições dignas" de trabalho.
"Andámos há seis meses em reuniões com a SALIMPA e a empresa promete, mas não cumpre nada. Mudou a Direção, por isso, demos um tempo para se organizarem, mas nada se alterou", começou por denunciar Carla Pinheiro, dirigente sindical e vice-coordenadora de limpeza do Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Actividades Diversas (STAD).
As conversações iniciaram-se em novembro de 2024, mas até ao momento, os funcionários de limpeza continuam sem ver desenvolvimentos no caso e as suas reivindicações atendidas.
"Do incumprimento do CTT, ao valor do subsídio de alimentação, até ao facto de não terem pago o valor da folga aos funcionários que estiveram presentes na última greve. Temos aqui perto de 80 trabalhadores e não há condições para continuar. As pessoas só querem o que têm direito", revelou a dirigente sindical, acusando a SALIMPA de "assédio moral".
A fechar, Carla Pinheiro afirma ainda que a empresa de serviços de limpeza "contratou mais funcionários após receberem o pré-aviso de greve, o que é ilegal". "Os funcionários só querem trabalhar com condições de respeito e dignidade", concluiu.
SALIMPA nega acusações
Por sua vez, a SALIMPA, através de comunicado, esclareceu que promoveu uma reunião com a direção nacional do STAD a 28 de abril, em Lisboa, para "alcançar uma plataforma de entendimento" que se revelou infrutífera.
A empresa acredita que cumpriu com a sua parte ao abrir negociações, acusando o STAD de não atuar verdadeiramente na defesa dos trabalhadores.
"A SALIMPA assumiu o compromisso de proceder à regularização das desconformidades sociais que viessem a ser detetadas. Apesar da posição da empresa, o STAD optou por não dar continuidade ao diálogo social (...), concluindo-se que não existe um propósito genuíno de alcançar um entendimento social", lê-se no documento, acrescentando que se registou uma adesão de 18% à greve.