Conferencia em Albergaria-a-Velha mostrou aplicação de verbas europeia em cerca de oito mil projetos que tornam a região mais forte.
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Isabel Damasceno, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, assegurou esta segunda-feira que todos os fundos europeus atribuídos para o Programa Centro 2020 foram aplicados e não foi preciso devolver dinheiro a Bruxelas. O próximo programa vai insistir na investigação e inovação para tornar a região mais forte.
A responsável, que falava durante a conferência “Os fundos europeus não são invisíveis: Impacto no desenvolvimento da região Centro”, disse chegar ao fim do programa com "sentimentos de alívio e gratidão”. A concretização deparou-se com muitas “vicissitudes e dificuldades”, que incluíram os incêndios de 2017 (que atingiram 50% do território da região Centro), a pandemia de covid-19, guerras e inflação. Mas, ainda assim, “chegamos ao fim com uma execução plena, não foi preciso devolver dinheiro a Bruxelas”.
Os 2155 milhões de euros que a União Europeia colocou à disposição da região para o programa Centro2020 foram investidos em cerca de oito mil projetos, dando lugar a um investimento total que rondou os quatro mil milhões de euros. Um dos objetivos passou por aumentar a competitividade das pequenas e médias empresas, tendo sido apoiados 3465 projetos empresariais. As regiões de Aveiro e de Leiria, que têm um tecido empresarial dinâmico, destacaram-se pela capacidade de atração de investimento.
Outros setores chave foram a qualificação do capital humano (educação), a transição energética, a inclusão social e coesão territorial, a recuperação de património e turismo. O sinal vermelho foi para o reforço da investigação e inovação, onde não se atingiram as metas – a ideia era alocar entre 2,7 e 3,3% do investimento, mas ficaram por 1,6%. Esta área, “essencial para o desenvolvimento da região”, será uma “prioridade absoluta na construção do 2030”, assumiu Isabel Damasceno, que preside também à Comissão Diretiva do Programa Centro 2030.
O evento em Albergaria-a-Velha pretendeu apresentar os resultados e os impactos da aplicação dos fundos europeus nos últimos dez anos e apontar os principais desafios do futuro da política de coesão. Isabel Damasceno disse que há “um desconhecimento em Portugal de que muitas coisas são feitas com apoio de fundos comunitários”, daí ser necessário “divulgar o que nos vem da solidariedade europeia”.