Empresas admitem ajustar a rede prevista no concurso de transportes, adequando-a à procura. Espanhóis pedem adjudicação breve.
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Prevendo-se uma necessidade de ajuste da rede de autocarros indicada no concurso de transportes para a Área Metropolitana do Porto (AMP), pela queda drástica do número de passageiros, as empresas indicadas como vencedoras do procedimento dizem-se disponíveis para negociar e adaptar o serviço "às necessidades da população".
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O serviço proposto no concurso é de 33 milhões de quilómetros por ano. Sem alterações, os 17 municípios terão de cobrir um défice de cinco milhões de euros.
O administrador da Auto Viação Feirense, Gabriel Couto, garante que "o contrato prevê margem para negociações", não descartando a possibilidade de ir além disso, mediante um acordo. A empresa, em conjunto com a Bus On Tour, está indicada como vencedora do lote 4 (que cobre os concelhos de Gaia e Espinho). Gabriel Couto garante que nenhuma operadora tem interesse "em andar com os autocarros vazios", já que, além do preço por quilómetro, as concessionárias receberão 25% da receita dos títulos de transporte.
No total, circularão 672 autocarros pela AMP, dos quais 80%, mesmo sendo a gasóleo, emitem menos 89% de dióxido de carbono. Cerca de 10% da frota será elétrica. "As viaturas [que terão uma marca única] são muito mais modernas e mais respeitadoras do meio ambiente", nota Juán Vilariño, CEO da Xerpa, operadora que ficará com as concessões do lote 5 (Santa Maria da Feira, São João da Madeira, Arouca, Oliveira de Azeméis e Vale de Cambra).
O equipamento mais atual permitirá aos passageiros saber, em tempo real, a partir de uma aplicação para telemóvel, onde está o autocarro da linha que utilizam e quanto tempo demora a chegar. "Vai ser um serviço mais integrado, sem sobreposição de linhas e mais adequado à procura", acrescenta Gabriel Couto, assegurando que "nenhum motorista vai ficar desempregado", prevendo-se até ações de formação.
Adjudicação sem data
"Quer a frequência, quer a cobertura geográfica, vão melhorar", nota Luís Costa Minho, administrador da Auto Viação do Minho, que ganhou o lote 3 (Póvoa de Varzim e Vila do Conde). Prevê-se, por exemplo, que entre o Porto e Espinho, haja um autocarro de 15 em 15 minutos. Juán Piña, CEO da Alsa em Portugal, espera que o processo se conclua "o mais depressa possível". A empresa conquistou a operação em Santo Tirso, Paredes, Valongo e Gondomar.
A AMP venceu as três impugnações interpostas por empresas excluídas. Foram submetidas outras duas, por empresas espanholas, a pedir o avanço da adjudicação, para a qual ainda não há data.
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A AMP venceu as três impugnações interpostas por empresas excluídas. Foram submetidas outras duas, por empresas espanholas, a pedir o avanço da adjudicação, para a qual ainda não há data.