A comemorar 46 anos de existência, a Associação de Fuzileiros é um ponto de encontro entre todos aqueles que servem ou serviram naquela força especial. Ali o lema é prolongar os valores e a camaradagem que se partilharam, cuidar do próximo e manter o "espírito de corpo" para toda vida. Entre isto, há atividades culturais e desportivas que fazem dela uma verdadeira referência na comunidade do Barreiro.
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A Associação de Fuzileiros comemora, quarta-feira, 46 anos de existência, mas celebra, já este sábado, o aniversário da fundação na sua sede nacional, no Barreiro, cidade da qual é hoje uma referência pelas atividades culturais e desportivas que promove.
Sob o lema próprio "Sozinhos vamos mais depressa, juntos vamos mais longe", esta associação presidida pelo capitão de Mar e Guerra, Carlos Moreira, tem hoje um propósito bem definido. "Queremos chamar gente para manter os laços que criámos, preservar o "espírito de corpo" e promover o convívio, criando esse sentimento de que todos continuam a pertencer ao grupo", resume o oficial ao JN.
Foi a partir de um acidente pessoal trágico com um sócio que a associação reforçou ainda mais esta vertente. "Quando o nosso camarada partiu, questionámo-nos porque não nos tínhamos apercebido que algo não estava bem. Daí partiu a aposta de criar uma rede de convívio, que pretende evitar que as pessoas se fechem em casa e que possamos ir sabendo uns dos outros e ajudar quando houver uma situação que o justifique", refere Carlos Moreira.
Se as pessoas se fecham em casa, não partilham os seus desafios
"Se as pessoas se fecham em casa, não partilham os seus desafios", observa Carlos Moreira, reforçando que os fuzileiros fazem "parte de uma família" e que, por isso, esta rede serve também para cuidar de todos. "Não há o conceito de ex-fuzileiro, somos fuzileiros para toda a vida", acrescenta.
Brevemente, a associação terá em prática um programa de saúde mental, que está ainda em fase de desenvolvimento. A ideia é, uma vez mais, identificar situações que necessitem intervenção. "Nós estamos a tentar chamar as pessoas, mas se nos surgir um caso que indicie que merece ter seguimento profissional, temos de saber para onde o encaminhar", explica o presidente
Com perto de 1600 sócios, distribuídos entre a sede nacional o Barreiro e os núcleos do Algarve, Juromenha/Elvas,Viseu/Beira Alta e Douro Litoral, a Associação de Fuzileiros funciona também como um polo de cultura e desporto, mercê dos eventos que organiza. Entre outros, ao longo do ano, na sede do Barreiro, há noites musicais e caminhadas.
As atividades não se limitam porém à sede nacional. Nos núcleos promovem-se outras como a descida do Arade (Algarve), descida do Douro (Norte) ou outras mais viradas para o convívio como a matança do porco em Viseu.
Há ainda um núcleo motard e uma equipa de tiro federada. Proporcionar atividade física aos sócios é outra das apostas. Atualmente, um dos projetos em embrião diz respeito à organização de caminhadas ao final do dia. Algo que, segundo o presidente da direção, tem sido mais difícil, porque é preciso encontrar monitores que se disponham a orientá-las com caráter de regularidade.
Uma cidade que tem nos fuzileiros uma referência
No Barreiro, já em abril, a Associação vai promover um workshop de dança. Se a comunidade mostrar interesse, então o projeto evoluirá para aulas regulares. Para breve está ainda previsto um jantar com música de um sócio que toca saxofone. A par destas há também rotas culturais, que levam os participantes a locais históricos associados aquela força..
E a cidade rende homenagem aos "vizinhos" que são uma marca indelével dela mesma. Uma das principais artérias é a Avenida dos Fuzileiros Navais, que numa ponta tem a Praça dos Fuzileiros, nomes que a certificam como uma referência.
Há também locais que a comunidade identifica como marca dos fuzileiros, nomeadamente, a Mata da Machada, local utilizado para corrida e treino dos alunos da Escola de Fuzileiros. "As pessoas muitas vezes dizem que esta mata está ali por nossa causa. E que se sentem seguras em frequentar o espaço porque sabem que nós andamos por lá.,
Toda esta relação umbilical faz com que a cidade esteja em festa este sábado. Aproveitando o facto de ser fim de semana, a associação comemora o aniversário com uma homenagem aos falecidos a partir das 10.45 horas.
Segue-se o almoço no restaurante da sede, que é outra das referências da associação e da própria cidade. Além de uma sala decorada com motivos aliados àquela força naval, há uma esplanada com uma vista fabulosa para o rio. E uma ementa requintada, a preços muito convidativos. Não se estranha por isso a forte procura diária.