Apesar da pandemia, o Município capta investimento, sobretudo no Centro Histórico. Localização e isenção de taxas da Câmara ajudam.
Corpo do artigo
Em Gaia há hotéis prontos a abrir portas, assim que o regresso dos turistas se faça sentir. Também há unidades hoteleiras em obra e outras com projeto aprovado, como é o caso do espaço de charme na encosta sob a ponte Luís I e que terá o desenho do arquiteto Souto de Moura, premiado com um Pritzker. A pandemia pode ter desacelerado, mas não travou o investimento. Pela localização, abrilhantada pelo rio Douro, a cidade gaiense, sobretudo o Centro Histórico, continua a ser um polo atrativo e são oito os novos hotéis em agenda.
Na linha da frente, a postos para a inauguração oficial, posicionam-se o The Lodge Hotel, a dois passos do Cais de Gaia, e o Vincci Ponte de Ferro (antes denominado Casino da Ponte), logo abaixo do Mosteiro da Serra do Pilar e com soberbas vistas para a vizinha urbe do Porto. Para fundamentar o apetite dos investidores, às condições naturais, o autarca Eduardo Vítor Rodrigues junta a continuada "renovação" das infraestruturas da orla ribeirinha, sem nunca esquecer, obviamente, a situação geográfica de "acesso à ferrovia, à rede de autoestradas e ao aeroporto internacional".
atividade económica
Também importante tem sido a isenção de taxas municipais que beneficiaram outros dois projetos, já licenciados e ambos no coração da Avenida da República: o B&B, ao lado do El Corte Inglés, e o Sana, numa antiga fábrica de moagens virada para a estação de metro em General Torres.
O presidente da Câmara de Gaia justifica que o "regime das isenções decorre do quadro nacional das ARU [Áreas de Reabilitação Urbana]" e que "a Autarquia tem assumido uma extensão sempre que se verifique cumulativamente a criação de emprego e a priorização da contratação de pessoas residentes no concelho". Eduardo Vítor Rodrigues faz notar que "do ponto de vista do volume de isenções é incomparavelmente maior o que a Câmara tem atribuído a atividades industriais, como são os exemplos da Cerâmica de Valadares e da Tegopi, entre outros".
suítes e Auditório
Para completar a listagem das novidades da oferta turística há a incluir uma dupla em construção e não muito distante entre si. Na marginal, o The Rebello Hotel, vizinho do estaleiro dos barcos rabelos, assenta em antigos armazéns que serão reconvertidos em quartos e residências. Na zona das caves, na Rua de Serpa Pinto, o Hilton Porto Gaia terá mais de uma centena de quartos, suítes e um auditório.
A fechar o naipe há outra unidade anunciada: o Riverport Douro, de quatro estrelas, na Rua de General Torres.
SOGEVIBUS ADIA HOTEL KOPKE PARA 2022
O hotel Kopke derrapou no calendário. Chegou a ter a inauguração prevista para abril deste ano, mas no final de 2020 a Sogevinus adiou a abertura para o segundo semestre do próximo ano. Localizado no Centro Histórico, na Rua de Serpa Pinto, será um equipamento de luxo, com capacidade para 150 quartos. O hotel de cinco estrelas vai manter a fachada e reabilitar as antigas instalações da Burmester, num investimento superior a 30 milhões de euros. Além das marcas Burmester e Kopke, o grupo Sogevinus também detém a Calém e exporta para cerca de 60 países. Antes da pandemia, o enoturismo tinha um importante peso na faturação.