Ficará nas Devesas, em Gaia, e vai manter chaminés e os azulejos da antiga cerâmica. Obra avança em 2024 por etapas.
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O Gaia Museu-Ambiente, que ficará localizado num terreno da antiga fábrica das Devesas, será construído por etapas. Prevê-se que a obra comece em 2024. O projeto contempla a preservação de duas chaminés e de azulejos da antiga cerâmica. O auditório, com 480 lugares, promete ser outra importante componente do futuro equipamento, que terá muito espaço verde.
"É um desafio interessante e arriscado. É para fazer, mas de forma viável e por etapas", disse Eduardo Vítor Rodrigues. O custo estimado é de 25 milhões de euros, mas o autarca deu conta da existência de espaços que farão entrar algum dinheiro: "Há peças do projeto que garantem alguma rentabilidade ao Município, como são os casos da livraria, do balcão de merchandising e da cafetaria/restaurante. Serão concessões capazes de gerar receita".
O Gaia Museu-Ambiente ficará emparedado pelas ruas Conselheiro Veloso da Cruz, Mouzinho de Albuquerque e Alexandre Braga. O terreno tem uma forma triangular e abrange uma área de cerca de 13 500 metros quadrados. Iria acolher um projeto urbanístico, que transitou do tempo de Luís Filipe Menezes à frente da Câmara. "Tudo isto começou no meu mandato, quando o Município decidiu, por unanimidade, adquirir esta parcela, que tinha um projeto urbanístico aprovado e muito denso. Faria ressuscitar o modelo de Gaia cidade dormitório, desta vez para classes médias/altas. Na revisão do PDM, o terreno ficará bloqueado em termos construtivos", prometeu.
"A Cerâmica das Devesas era mais do que uma unidade fabril e uma cerâmica, também tinha pintura e escultura, e permitiu a emancipação de muitos artistas ", acrescentou, para destacar a vertente cultural, que irá manter-se.
Ópera e teatro
O auditório, peça-chave do Museu-Ambiente, foi pensado para acolher quatro valências: teatro, ópera, dança e orquestra. Terá camarins, salas para artistas e outros espaços. O auditório, assim como as cinco salas de exposições, ficarão por baixo de uma cobertura vegetal. No futuro triângulo das Devesas vão caber uma charneca e um bosque.
Segundo Pedro Oliveira, do gabinete de arquitetura V.A.S.S.C.O-ACE, que venceu o concurso público de conceção, o objetivo é "aproveitar todo o tijolo que ainda resiste da antiga fábrica e utilizar na construção das paredes". A par dos azulejos, que farão parte do Pátio da Memória, e das chaminés, os resquícios da cerâmica ficarão à vista através de dois fornos - francês e refratário - e de uma cisterna. Os visitantes terão ao dispor 600 lugares de estacionamento, distribuídos por três pisos subterrâneos.