Licenciado Miguel regressou do Porto e mecânico Paulo recusou emigrar.
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Em Mondim de Basto há quem não tenha tido a coragem de emigrar e outros há que depois de experimentarem a vida nos grandes centros quiseram regressar. Mesmo que seja para ganharem o mínimo.
Miguel Mendonça, 28 anos, saiu de Mondim aos 17 anos rumo a Lisboa, onde terminou o secundário. Licenciou-se em Gestão e Comércio Internacional, no Porto, e por lá trabalhou em duas empresas de renome.
Custo de vida menor
“Queria encontrar um pouco de paz porque a cidade é um pandemónio. Aqui em Mondim o custo de vida é menor, mas as ofertas de emprego são escassas”, conta. Miguel “até tinha um bom ordenado no Porto”, mas não está arrependido. “Estou em casa dos meus pais e isso é uma vantagem porque as casas começam a ficar caras. Pretendo ficar por Mondim, comprar casa e construir família. Não me vejo a ficar com este ordenado para sempre e um dia que aposte na minha área terei de me deslocar para Guimarães ou Braga e regressar ao final do dia”, vaticina. “Vive-se bem aqui, mas com pouco”, conclui.
“Cheguei a pensar em emigrar, mas nunca se concretizou. Vamos conseguindo equilibrar o orçamento familiar com esforço, tentando amealhar”. Viver numa terra pequena ajuda “porque o custo de vida é menor e temos a possibilidade de colher coisas da terra”.
Diversificar oferta
No concelho proliferam as indústrias extrativas, essencialmente ligadas às pedreiras e à floresta, mas também há serviços e comércio. “Temos de ter a capacidade de atrair empresas e diversificar esta oferta, para isso estamos a desenvolver uma segunda zona industrial e um centro de turismo”, disse ao JN o autarca Bruno Ferreira.
O presidente da Câmara de Mondim de Basto salienta que a prevalência do salário mínimo “tem grande impacto nas verbas da autarquia destinadas aos apoios sociais”.