Uma gata adotada por uma família de Matosinhos em 2018 fugiu e foi encontrada agora, dois anos depois, em Coimbra. O microchip permitiu identificar Artemísia, que já voltou para as mãos de Cátia Amorim.
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Mais do que ser dona das famosas sete vidas felinas, Artemísia é uma gata com sorte: retirada da rua e acolhida num abrigo para animais, teve a felicidade de ser adotada por uma família de Matosinhos no verão de 2018, e, agora, conseguiu regressar a casa, após passar dois anos perdida. Foi resgatada em Coimbra, a cerca de 150 quilómetros do lar, sem que se saiba como foi ter à zona Centro.
Artemísia desapareceu de casa em outubro de 2018, três meses depois de ser adotada à Midas, uma associação sedeada em Custóias, Matosinhos. "Tinha seis meses [de vida] quando caiu na varanda da casa de um vizinho, que a jogou pela janela, nas traseiras do prédio, fazendo com que ela desaparecesse", conta ao JN Cátia Amorim, que com o marido adotou a gata. Desde então, nunca mais a viram.
"Contactámos logo a Midas, a pedir ajuda e orientações sobre o que fazer, e andámos mais de três semanas à procura dela em Matosinhos, principalmente durante a noite e madrugada. Deixámos areia, comida e a manta dela debaixo da janela de onde a tinham atirado, e colocámos cartazes por todo o concelho de Matosinhos. Enviámos emails para associações, canis e veterinários e mensagens privadas para tudo o que podíamos em redes sociais - associações, páginas de animais desaparecidos, canis, veterinários... - e fizemos publicações sobre o desaparecimento dela nas redes sociais", enumera a dona de Artemísia, revelando que a família foi incansável nas buscas pela pequena gata preta.
Microchip permitiu contactar os donos
"Nunca perdi a esperança, mas, passados dois anos, ela já não era muita", confessa Cátia, que, no passado dia 30 de novembro, foi surpreendida pelo contacto de um veterinário de Coimbra que se preparava para esterilizar a gata e verificou que o animal estava "chipado". "Ela estava numa colónia de rua em Coimbra, e era alimentada por pessoas e associações que cuidavam desses gatos, mas não sabemos como foi lá parar. Tinha sido levada a um veterinário da Cãofraria dos Bichos, em Vila Nova de Poiares, para ser esterilizada e depois poder regressar à rua, mas verificaram que tinha microchip e contactaram-nos", relata Cátia Amorim.
"Foi, sem sobra de dúvida, o chip que a fez regressar a nós. Se não o tivesse, e estando a quase 150 quilómetros de casa, não chegaria novamente até nós. O chip é importante, e deve ser colocado nos nossos animais, pois em situações como esta é através dele que eles regressam para a sua família", alerta a dona de Artemísia.
"Não há palavras para o reencontro; foi algo que jamais iremos esquecer. Eu estava como uma criança, super-ansiosa para poder abraçá-la e mimá-la, tal como toda a nossa família e a sua irmã, Maria, que também adotámos", descreve Cátia.