Carla Martins é mãe de duas gémeas de oito anos e ocupa os tempos livres a fazer bonequinhas de pano para angariar dinheiro. Precisam de duas cadeiras elétricas e um carro adaptado.
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É uma corrida contra o tempo. Duas gémeas de oito anos, residentes na Maia, sofrem de doenças crónicas que podem levar ao nanismo. Se a displasia epifisária múltipla (tipo I) lhes causa dores articulares, a pseudoacondroplasia caracteriza-se por um défice de crescimento grave e por malformação que as leva a ter as pernas arqueadas.
As meninas precisam de ser operadas para "corrigir o desvio das pernas"
Segundo a mãe, Carla Martins, as meninas precisam de ser operadas para "corrigir o desvio das pernas", mas as cirurgias tardam em ser agendadas porque "uma médica de Medicina Física e de Reabilitação do Hospital S. João, no Porto, não prescreve duas cadeiras de rodas elétricas". Os equipamentos serão essenciais para a recuperação e locomoção das meninas após a operação.
"A única solução que me dá [a médica] é que as cadeiras sejam manuais e que eu as empurre à vez", contou, indignada, Carla.
"Os profissionais [do S. João] estão, como sempre, disponíveis para analisar com os doentes e família as prescrições decididas, que pode resultar na alteração ou confirmação da decisão. A eventualidade de uma intervenção cirúrgica não tem qualquer relação com o tipo de apoios disponibilizados", explicou o hospital, acrescentando que não pode pronunciar-se publicamente sobre o estado de saúde dos doentes.
"Se são crianças que se cansam ao fim de 100 metros a pé, que não conseguem cortar um bife ou um ovo estrelado porque não têm força, como vão conseguir mover uma cadeira de rodas manual?", insiste Carla. Para esta família monoparental, o orçamento de 12 mil euros para as duas cadeiras de rodas elétricas "é incomportável". "Bastava a prescrição da médica para as meninas terem acesso às cadeiras de graça", desabafou Carla. O maior sufoco da mãe é não saber quando poderão acontecer as operações.
A isto soma-se o desejo da mãe de conseguir comprar um carro adaptado. "Só desta forma poderei transportá-las para a escola, para as consultas [as meninas são acompanhadas em seis especialidades no S. João], para a fisioterapia e hidroterapia", explicou.
Atualmente, as duas "princesas" - como Carla tantas vezes lhes chama - são transportadas de carro em cadeiras de bebé, "com dois grandes almofadões, porque ao fim de 15 minutos de viagem começam logo a queixar-se".
Carla recorda que foi por volta dos dois anos, na altura das filhas começarem a andar, que se apercebeu que algo não estava bem. Todavia, estava longe de imaginar as contrariedades que continua a enfrentar.
Como ajudar
Bonequinhas e donativos
Foi com "esperança e fé" que Carla Martins, 45 anos, decidiu há pouco mais de um mês começar a fazer umas bonequinhas para vender por um valor simbólico, "a fim de amealhar para a compra do carro adaptado". Há vários locais em Gueifães e no Castelo da Maia com as bonequinhas à venda.
Se preferir ajudar com um donativo, o NIB da mãe é o 0035 0362 0000 5226 3001 7 (Caixa Geral de Depósitos).