Gencoal despede 97 trabalhadores e deixa famílias em desespero nas Caxinas
Conserveira era um dos grandes empregadores das mulheres na maior comunidade piscatória do país. Agora, quer dispensar um terço e teme-se pelo futuro.
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“Dei o litro pela empresa e agora sou dispensada como se fosse lixo”, atira Marta Cunha, sem conseguir conter as lágrimas. O pai está desempregado, o marido tem um emprego “de altos e baixos”, dois filhos de 11 e 12 anos. Marta era “o porto seguro” da casa. Aos 36 anos, leva oito a trabalhar na Gencoal. É delegada sindical. Agora, é uma das 97 despedidas da conserveira das Caxinas, em Vila do Conde. A decisão da administração apanhou trabalhadores, sindicato e Câmara de surpresa e vai deixar muitas famílias num “sufoco” no coração da maior comunidade piscatória do país. O JN tentou contactar a Gencoal, sem sucesso.
“Fomos apanhados de surpresa por esta intenção de despedir um terço dos trabalhadores da fábrica”, afirmou, ao JN, o coordenador do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação e Bebidas (STIANOR), José Armando Correia. O sindicato já está a trabalhar no caso e promete impugnar o despedimento coletivo de todos os funcionários que o quiserem fazer.