Os astros alinharam-se, São Pedro apadrinhou a noite (quente, quente) e a festa saiu à rua.
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Com o cheiro da sardinha assada em cada esquina, com um cortejo de gigantones e cabeçudos a marcar o compasso e com os martelos e o alho-porro a acertar nos mais desatentos, milhares de pessoas encheram o centro de Braga para festejar o São João.
A “noite mais longa do ano”, como diz a bracarense Sofia Coelho, calhou bem até por ser de sexta para sábado. “Amanhã não é dia de trabalho, por isso temos o tempo por nossa conta e podemos aproveitar bem”, garante Maria Angelina, que viajou do concelho vizinho de Famalicão com o marido, Carlos Vilaça, para viver as sanjoaninas bracarenses.
Angelina fala ao JN sentada num dos separadores de via que, por estes dias, marcam a paisagem da Avenida da Liberdade, epicentro do São João, onde estão a ser feitas obras. “Ter isto aqui até serve para descansar”, graceja.
A reabilitação da estrada provocou constrangimentos, estreitou a faixa de rodagem, obrigou a mais cuidados, mas não impediu a festa. Nem nada que se pareça. “Basta olhar para a enorme multidão que sobe e desce a avenida para perceber isso”, aponta Manuel Rocha.
O bracarense, que mora a poucas centenas de metros do centro da cidade, garante que “não esperava tanta gente” nas ruas, mesmo que este seja o primeiro ano livre de todas as restrições da pandemia de covid-19. “Ver esta multidão na rua é bom sinal, espero que seja assim por muitos anos”, frisa Manuel.
A noite tem ainda muito para dar. Tem o fogo lançado do Monte do Picoto, tem o concerto do rapper Plutónio e tem o “after party” pela madrugada dentro junto ao Theatro Circo e no Largo do Pópulo.
No dia de São João, o programa começa bem cedo, logo às 8 horas, com a entrada dos grupos de animação. Uma hora mais tarde começa o cortejo sanjoanino. A aclamação das flores (17.15 horas, Largo do Paço) e a procissão (18 horas, Sé) marcam a tarde. O concerto dos Quatro e Meia, às 22 horas, na Avenida Central, é o destaque principal da noite.