Uma girafa do Jardim Zoológico de Lisboa morreu, no sábado, depois de ter caído a um fosso. O incidente ocorreu depois de um visitante ter infringido as regras de segurança e ter chamado o animal para comer.
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O visitante, que já foi identificado pela PSP, não respeitou a indicação para não alimentar os animais. A girafa-de-angola com 11 anos e cinco meses aproximou-se da borda e caiu ao fosso, não resistindo aos ferimentos.
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"Isto aconteceu ao lado da placa a pedir para não alimentar os animais", disse, ao jornal "Público", Inês Carvalho, do Jardim Zoológico de Lisboa. A girafa que morreu já tinha sido notícia. Em novembro, de 2017, deu à luz uma cria.
O parto do animal foi mesmo partilhado pelo zoo de Lisboa no YouTube, num vídeo que teve quase 10 mil visualizações.
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A responsável, em declarações ao mesmo jornal, explicou que depois da queda, "vedou-se a zona e encerrou-se o teleférico". Para além da pessoa identificada, por ter "provocado o animal", foram identificadas mais duas testemunhas.
As girafas-de-angola estão apenas presentes em três jardins zoológicos da Europa. Para além de Lisboa, há exemplares em Dortmund, na Alemanha, e em Utrech, na Holanda. Trata-se de uma espécie vulnerável e que regista uma diminuição da população nos habitats naturais, principalmente no Botswana e Namíbia.
"É uma situação muito triste, por todos os motivos", lamentou a responsável. O zoo de Lisboa está a desenvolver um processo de averiguação interno na sequência do incidente.
De acordo com um comunicado do Jardim Zoológico, a necropsia foi já realizada e a conclusão foi morte por colapso cardiorrespiratório, em consequência da queda.
O Zoo espera que esta lamentável situação sensibilize, no futuro, os seus visitantes para uma alteração de comportamentos e um maior respeito pela natureza e pela biodiversidade do planeta.
"A morte desta girafa que nasceu no nosso Zoo, representa uma perda incalculável para todos os elementos do parque. A girafa-de-angola é uma das espécies mais emblemáticas e uma das mais queridas dos nossos visitantes. O Jardim Zoológico tem um papel concreto a desempenhar no plano da conservação dos animais. O clima temperado do país e da cidade facilita a adaptação das espécies, sendo a sua taxa de reprodução bastante boa", declarou, por escrito, o administrador do Jardim Zoológico, Carlos Agrela Pinheiro.
A girafa agora falecida foi mãe em novembro de 2017, tendo o Zoo indicado que a cria, que já se alimenta sozinha, continuará integrada no restante grupo de girafas.
A girafa-de-angola está classificada como "vulnerável" pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e a caça e a perda do habitat são apontadas como as maiores ameaças à sobrevivência desta espécie, recorda o Zoo de Lisboa.
O Jardim Zoológico de Lisboa refere que é membro das principais instituições dedicadas à conservação das espécies e dos seus habitats, como é o caso da EAZA/Associação Europeia de Zoos e Aquários, entre outras organizações europeias e internacionais que assumem atualmente um papel fundamental para a sobrevivência das espécies em vias de extinção.
"Recebendo muitos milhões de visitantes por ano, os zoos de todo o mundo têm como uma das principais missões, transmitir a mensagem de conservação ao público escolar e a todos os visitantes em geral", conclui o Zoo de Lisboa.