Ministério diz que andavam à solta e que provocaram danos materiais. Proprietária garante que levará o caso aos tribunais.
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A GNR de Mação e o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) abateram a tiro 43 vacas e bezerros da Ganadaria Vaz Monteiro, no passado mês de abril. Segundo a proprietária, Rita Vaz Monteiro, "quarenta snipers chegaram e atiraram aos bichos, mataram 18 de uma vez e, de seguida, mais 25". Fonte do Ministério da Agricultura afirmou que "a situação está identificada" e que aqueles "invadiram outras propriedades e provocaram danos materiais, incluindo um acidente de viação".
Ao JN, Rita Vaz Monteiro contou que "tudo começou em março, quando as vacas foram atacadas na sua exploração por dois cães, tendo fugido "assustadas" para uma exploração vizinha". Garante que o dono daquele terreno "permitiu que os bichos estivessem ali até serem recolhidos", admite que a tal propriedade não estava vedada, mas garantiu que "a intenção nunca foi que os bichos ficassem ali para sempre", até porque "estava tentar recolhê-los". "Vivo longe, tinha gente que ia vigiando os animais e aos fins de semana tentava recolhê-los, mas não conseguia. Os bichos estavam assustados, até porque aconteceram outros episódios, como um tiroteio, que os acossou". "Um dos cães que as atacaram não chegou a ser capturado e voltou a atacar".
A proprietária adianta que o caso chegou a ser assunto numa reunião de Câmara, que chegou a "tentar recolher os animais através de tranquilizantes", mas que, a dada altura "não [lhe] deram mais tempo".
O que diz a tutela
Ao JN, o Ministério da Agricultura avançou que estes animais "foram colocados numa exploração ilegal, sem vedação" e que "se reproduziram sem controlo e sem registo, invadiram outras propriedades e provocaram danos materiais, incluindo um acidente de viação".
A tutela afirmou ainda que "feitas todas as tentativas para resolver a situação, as autoridades foram obrigadas a aplicar a legislação, que determina o abate em caso de impossibilidade de captura dos animais". Questionado se houve tentativa de recolha através de tranquilizantes, respondeu que "o ministério está disposto a prestar mais esclarecimentos" nos próximos dias.