Equipamento custa entre 4500 e 5500 euros, e todos podem contribuir (particulares ou empresas). Pode-se ajudar através de donativos para o NIB 0010 0000 2804 3240 0010 3. O percurso desportivo do militar pode ser acompanhado na página de Facebook "Filipe Cerqueira - Atleta Remo".
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Se o esforço e a dedicação de Filipe Cerqueira pudessem ter uma medida, ela seria a do estendal de medalhas que o militar da GNR conquistou ao longo dos últimos anos. Do remo ao andebol, passando pelo ciclismo, é fácil perder-lhes a conta: elas desfilam, a par dos troféus, no pequeno ginásio doméstico onde o guarda de Amarante treina com afinco o corpo e a mente para se posicionar no primeiro lugar dos pódios.
E, no ano passado, Filipe esteve mesmo entre os melhores - da Europa e do mundo - no andebol adaptado, modalidade em que Portugal se sagrou campeão europeu e mundial. Mas, para manter este nível e poder treinar precisa de uma cadeira de rodas adaptada que o ordenado não lhe permite adquirir.
"Não tenho uma cadeira minha. A que uso é emprestada, e sempre que sou chamado para os estágios tenho de pedi-la ao clube. É uma cadeira que não está adaptada a mim e não tem as minhas medidas; tanto dá para mim como para outro. Não são as condições ideais. Quero dar tudo, e procuro ter as melhores condições", vinca o atleta de 38 anos, que precisa de cerca de cinco mil euros para adquirir o equipamento. "Para mim, é um valor impensável, porque tenho muita despesa", refere o militar, que é pai de um menino de três anos.
"Chegamos ao patamar de campeões mundiais e europeus, e, se quero continuar a ser um atleta presente nestes palcos, isso depende de mim mas, também, das condições que tenha. Se tivesse uma cadeira minha, em Amarante consigo ter pavilhões onde posso treinar. A rodagem é muito importante, o drible, ter a baliza... Mesmo sozinho, consigo fazer mais do que se não tiver um aparelho", aponta o GNR, que está dependente da cedência de uma cadeira por parte da equipa que representa, do Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro, do Hospital Rovisco Pais.
Acidente de bicicleta
"A cadeira pertence-lhes, é para todos, e, sempre que sou convocado, tenho de pedi-la e ir buscá-la a Coimbra", conta Filipe, que tem feito sacrifícios para poder continuar a praticar desporto, a paixão que o ajudou a inscrever o nome de Portugal na história do andebol em cadeira de rodas. Apesar das dores que sente todos os dias, devido à fratura irreversível que sofreu na coluna em 2011, quando um buraco não sinalizado na estrada o levou a um violento acidente de bicicleta.