O almirante Gouveia e Melo recebeu, na tarde desta quarta-feira, o diploma de irmão honorário da Santa Casa da Misericórdia do Porto. A condecoração, atribuída pelo papel que desempenhou no processo de vacinação contra a covid-19, em 2021, já tinha sido aprovada pela instituição em novembro do ano passado, mas só agora foi possível agendar a cerimónia de entronização.
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Aquela que é a mais alta condecoração da Santa Casa da Misericórdia do Porto foi recebida pelo chefe do Estado-Maior da Armada "com emoção", por estar em causa "uma instituição com mais de 500 anos, que faz da solidariedade humana e da bondade humana a sua atividade", como afirmou aos jornalistas. Durante a breve e singela cerimónia, Gouveia e Melo já tinha feito referência à solidariedade e à bondade como "qualidades únicas" dos seres humanos, numa alusão à forma como os portugueses se uniram no processo de vacinação, que liderou durante oito meses.
"Durante este processo, essa união existiu. Julgo que, quando os objetivos são elevados e quando as pessoas estão também muito preocupadas com os resultados, a união aparece naturalmente. E por isso é que somos uma nação. Somos um povo muito velho, no bom sentido, também com muita sabedoria", insistiu.
O agora irmão honorário da Misericórdia do Porto concordou com as palavras deixadas momentos antes pelo provedor, António Tavares, ao referir que a pandemia "foi uma guerra de trincheiras" em que os portugueses, "todos em conjunto", foram vencendo "diversas etapas". "Foi um período em que estivemos todos unidos, com um único objetivo e um desígnio nacional, e julgo que correu muito bem para todos e conseguimos proteger, o máximo que era possível, a nossa população", acrescentou.
António Tavares destacou a convicção, a ordem, a organização, a imagem de liderança e a coesão de serviço demonstradas por Gouveia e Melo à frente da "task force" da vacinação, acrescentando que "não vai ser esquecido" pelos portugueses. "Pode participar na vida desta instituição de corpo inteiro", concluiu, a propósito da atribuição do diploma.
No momento em que foi abordado pelos jornalistas, o almirante respondeu a uma pergunta sobre as recentes ameaças de que foi alvo. "Não posso falar muito sobre esse tema, porque não quero perturbar as investigações. Continuo a dizer o que disse no primeiro dia, quando perguntaram: acredito nas autoridades, acredito na democracia e estou tranquilo", disse.
