Governo diz que é "alheio" aos salários em atraso nas Lajes mas está a avaliar "soluções"
O Governo português disse, nesta quinta-feira, em comunicado, que é "alheio" aos salários em atraso dos trabalhadores nacionais na Base das Lajes, na ilha Terceira, nos Açores. Porém, o Executivo adianta que está em permanente "esforço diplomático" com as autoridades americanas e está a ponderar outras soluções para apoiar os trabalhadores.
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"O recente shutdown [paralisação do Governo federal] ocorrido nos EUA tem originado atrasos no pagamento de parte dos salários devidos a trabalhadores portugueses da Base das Lajes, nos Açores, por parte das autoridades norte-americanas, que constituem a respetiva entidade patronal", apontam os ministérios dos Negócios Estrangeiros e o da Defesa, num comunicado conjunto enviado esta noite.
O Governo português nota que é "alheio" à situação, mas "está preocupado com o impacto decorrente desse atraso nos trabalhadores afetados e respetivas famílias". A comissão de trabalhadores portugueses na Base das Lajes adiantou, nesta quinta-feira, que os recibos do pagamento que deveria ser feito na segunda-feira, 27 de outubro, vieram a zeros. Os funcionários recebem os salários a cada 15 dias e estão sem receber qualquer remuneração, desde a última quinzena de setembro.
Os funcionários ao serviço das autoridades norte-americanas na Base das Lajes, nos Açores, pediram a intervenção do Governo português para terem uma ajuda imediata, uma vez que a paralisação do Governo federal não tem fim previsto. Desde o início de outubro que os serviços governamentais norte-americanos estão parados porque os republicanos e os democratas não chegaram a acordo sobre o orçamento federal.
"Para além dos permanentes esforços diplomáticos junto das autoridades dos EUA", diz o Executivo liderado por Luís Montenegro, estão a ser avaliadas outras soluções para reduzir o impacto dos salários em atraso. Na Alemanha, o Governo adiantou verbas para pagar os salários de 12 mil funcionários civis ao serviço dos EUA.