
O secretário de Estado da Saúde garantiu, esta sexta-feira, a manutenção do Serviço de Urgência Básica no Hospital do Montijo que estava em risco de encerrar no âmbito da nova Rede Nacional de Emergência e Urgência, definida em novembro pelo anterior Governo.
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O despacho 13427/2015, que entra em vigor no próximo dia 24, clarifica que "o funcionamento de uma SUB no Hospital do Montijo, integrado no Centro Hospitalar Barreiro Montijo fica dependente de orientação da ARS LVT", algo que tanto Manuel Delgado como Rosa Matos, presidente da ARS LVT, admitiram hoje desconhecer. Manuel Delgado, à margem da inauguração da Unidade de Saúde Familiar do Sado, em Setúbal, explicou não estar em causa "o encerramento da urgência do Montijo nem qualquer ajustamento ao serviço". Já Rosa Matos, presidente da ARS LVT, referiu não estar no planeamento da ARS LVT a emissão de qualquer parecer ou aval sobre o assunto.
Até ao momento, não foi possível obter qualquer reação do conselho de administração do Centro Hospitalar do Barreiro Montijo.
Foi entretanto aprovado na Assembleia da República, em Março, a recomendação do Bloco de Esquerda para a revogação do despacho 13427/2015, mas tal ainda não aconteceu. Moisés Ferreira, deputado bloquista, espera que o Governo revogue a medida em questão e em tempo útil, uma vez que entra em vigor dentro de duas semanas e leva ao encerramento imediato de serviços de urgência básicos nos centros de saúde de Idanha-a-Nova, Coruche, Agualva-Cacém, Loures, Serpa e coloca nas mãos das ARS a continuidade em Fafe, Oliveira de Azeméis, Montijo e Algueirão-Mem Martins.
Durante a inauguração da Unidade de Saúde Familiar do Sado, antiga Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados sem atendimento a doenças agudas, que passa a ter mais três médicos, dois funcionários e um reforço de enfermeiros, Manuel Delgado referiu a necessidade de aliviar as urgências dos hospitais que "estão pelas costuras". "Temos muitos doentes que se dirigem às urgências hospitalares porque não encontram outro tipo de respostas, o que faz com que este serviço fique sem capacidade de resposta". A Unidade de Saúde Familiar do Sado dá agora resposta a mais de 7800 utentes que, em caso de doença aguda, ou acorriam ao São Bernardo ou ao centro de saúde mais próximo. "Sempre que possível, o Governo vai incentivar os cuidados de saúde de proximidade", acrescentou Manuel Delgado.
Joana Alves, responsável pela Unidade de Saúde Familiar do Sado, refere que antes do "upgrade" do serviço prestado à população, "existia apenas um médico que tinha a sua lista de utentes. Já os outros, sem médico de família, eram atendidos por médicos que faziam aqui um reforço de consultas". A USF Sado vai responder a 24 situações de doenças aguda por dia.
