O ministro da Administração Interna considerou ontem, quarta-feira, que a declaração de estado de calamidade na região do Oeste seria "inútil e até prejudicial".
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Durante um debate de urgência no Parlamento marcado pelo PSD, Rui Pereira defendeu que essa declaração "não permitiria desencadear nenhum mecanismo que não esteja previsto" nas medidas aprovadas pelo Governo.
Para o ministro da Administração Interna, a declaração de calamidade, exigida pelos sociais-democratas, não se justifica "tendo em conta a natureza, efémera, passageira, das ocorrências" e pela "capacidade de resposta manifestada pela Protecção Civil".
Já o ministro da Agricultura, António Serrano, adiantou que a sua equipa está a trabalhar no sentido de aplicar no Algarve "medidas semelhantes" às que foram tomadas para apoiar a região Oeste na reparação dos estragos causados pelo mau tempo.
Por sua vez, o secretário de Estado da Energia, Carlos Zorrinho, referiu que, até dia 15, terá em sua posse um "relatório final detalhado" sobre os estragos causados nas instalações e infra-estruturas de fornecimento.
Os argumentos do Governo não convenceram, porém, o PSD. Pela voz do deputado Costa Neves, os social-democtaras consideraram que "o Governo não procedeu como devia". O deputado anunciou que irá apresentar uma "proposta de resolução com medidas excepcionais", onde está contemplada a declaração do "estado de calamidade pública e agrícola", uma "condição para mobilizar apoios excepcionais".
Já Nuno Melo, do CDS-PP, destacou que o mau tempo que assolou a região "não é uma circunstância comum, é excepcional, grave que afecta pessoas" e "quando isto acontece é suposto que a União Europeia (UE) seja capaz de dar resposta".
Entretanto, a Associação Portuguesa de Seguradores (APS) revelou ontem que foram reportados às seguradoras mais de 3700 sinistros, implicando danos de 20 milhões de euros, na sequência do mau tempo que afectou os agricultores da região Oeste.