O ministério da Agricultura promete para a próxima vindima “um controlo e uma fiscalização muito maior” à entrada de uvas de outras proveniências, nomeadamente na Região Demarcada do Douro.
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Vai também ser feito “um acompanhamento muito maior da atividade”, em “articulação com os ministérios da Economia, da Administração Interna e das Finanças”.
O secretário de Estado da Agricultura, João Moura, deu estas garantias em Murça, onde decorreu durante o fim de semana a Festa Vinhos Brancos na Praça. João Moura não avançou mais medidas que estão a ser preparadas, mas disse que o seu ministério “está atento”, nomeadamente à situação do Douro.
Esta região, onde se produz o vinho do Porto, viveu em 2023 uma situação dramática. Devido à alegada diminuição das vendas de vinho, as empresas que normalmente compram uvas aos viticultores adquiriram menos, o que deixou muitos sem a possibilidade de venderem a produção, ou então obrigados a entregarem-nas mais baratas.
Atualmente, aponta-se para um ano de boa produção de uvas na região duriense e já se começa a temer um cenário semelhante ou ainda pior. De resto, algumas grandes empresas já começaram a comunicar que, devido a elevados stocks em adega, as compras vão continuar a ser mais baixas do que o habitual.
João Moura é perentório: “Estamos a importar em Portugal – e não é uma situação exclusiva do Douro, mas aqui há uma incidência maior – 300 milhões de litros de vinho. Quando nós dizemos que temos um grande stock, temos de ter a consciência de que estamos a importar”. Ora, “se há necessidade de o Governo fazer uma intervenção direta, ela será feita junto de quem não importa, porque quem importa não precisa de ajuda”.