Governos "atiram centenas de milhões de euros" para suprir "deficiente gestão" da Metro do Porto
Ex-vice presidente da Câmara de Gaia e conselheiro nacional do PSD, Firmino Pereira diz ser "inacreditável" que nenhuma entidade esteja "atenta ao banalizar do aumento brutal dos custos das empreitadas da Metro do Porto".
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O social-democrata entende que "os sucessivos governos atiram com centenas de milhões de euros para suprir a deficiente gestão das empreitadas". "A [extensão da] Linha Amarela (Santo Ovídio/Vila d"Este) custou o dobro do que estava inicialmente previsto, a Linha Rosa no Porto, que não tem fim à vista, está incontrolável do ponto de vista financeiro e sem prazo para terminar e a Linha Rubi (Santo Ovídio/Casa da Música), adjudicada por 379,5 milhões de euros, já viu aprovado um reforço das verbas, onde também está incluído o metrobus da Avenida da Boavista", sublinha.
Firmino Pereira entende que entidades como o Tribunal de Contas ou a Inspeção Geral de Finanças deviam estar mais atentas à gestão da Metro, à qual aponta muitas críticas. "Na Metro do Porto vive-se a decadência do rigor na gestão pública com milhões de euros que vão para além da adjudicação das três empreitadas que é uma espiral sem freio", assinala, sublinhando que o problema atravessa os sucessivos governos.
"É de constatar as três intervenções (Linha Amarela, Linha Rosa e Linha Rubi) foram adjudicadas ao mesmo empreiteiro, o consórcio Alberto Couto Alves e Ferrovial, que no seu interesse privado e de lucro aproveita a falta de controle da Metro do Porto"; aponta ainda, acrescentando que "o aumento sem paralelo das obras que custam milhões de euros dos impostos de todos acaba por diluir o benefício público de tais intervenções".