Trabalhadores garantem que a empresa não tinha problemas financeiros.
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Sindicato e trabalhadores da Gráfica Pombalense, que encerrou portas no início da semana, reúnem-se esta tarde para avaliar a situação laboral e encontrar soluções que possam ajudar a inverter o actual cenário de fecho.
"Nada indicava que a gráfica estava para fechar. Os trabalhadores foram mesmo apanhados de surpresa", garantiu ao JN Carlos Alberto, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Celulose, Papel, Gráfica e Imprensa, acrescentando que este encerramento conduz ao despedimento "ilegal" de sete funcionários, com uma média de idades a rondar os 50 anos.
Segundo o sindicalista, a empresa cessou a actividade por decisão unilateral da entidade patronal e impediu o acesso dos trabalhadores ao local de trabalho. Carlos Aberto sublinha que a Inspecção de Trabalho já esteve no local e produziu um relatório sobre a situação. "Os trabalhadores garantem que a empresa não tinha problemas e que havia trabalho. Não encontram justificação para o encerramento", explica.
Para o dirigente, os proprietários da Gráfica cometeram "várias ilegalidades", explicando que começaram por praticar um lock-out, depois um despedimento colectivo ilegal e não efectuaram o pagamento de direitos e de indemnizações.
O sindicato, que vai prestar apoio jurídico e judicial, está já a contabilizar os valores em dívida aos trabalhadores. Carlos Alberto adianta que existem muitos direitos por saldar aos trabalhadores, entre os quais a falta de pagamento de salários de Setembro, alguns dias de Outubro e de subsídios de férias.
Em declarações à agência Lusa, Paulo Almeida, funcionário da Gráfica, explicou que, segunda-feira, quando se deslocou à empresa para trabalhar, esta "tinha as portas fechadas".
O trabalhador conta que, na passada sexta-feira, pelas 18.30 horas, houve uma comunicação aos funcionários que deixava antever o pior: Foi-nos dito que escusávamos de vir trabalhar. Não foi dada explicação nenhuma", precisou Paulo Almeida, acrescentando que a Gráfica, ultimamente, "até tinha muito trabalho".
O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Celulose remeteu para o final da tarde de hoje, logo após a reunião com os sete funcionários, um novo ponto de situação sobre o fecho da Gráfica Pombalense, ocorrido há três dias.