Os Municípios do Grande Porto preparam-se para começar, este ano, a destruir ovos de gaivota. A medida decorre do Plano de Ação para o Controlo da População de Gaivotas na costa da Área Metropolitana do Porto (AMP).
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Em sessão extraordinária da Assembleia Municipal do Porto, a primeira-secretária da Comissão Executiva da AMP, Ariana Pinho, anunciou que começarão a ser tomadas, nos próximos meses, medidas para a "inviabilização dos ovos" de gaivota. A questão foi levantada pelo presidente de Junta da União das Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, Tiago Mayan Gonçalves, preocupado com o fenómeno naquelas freguesias.
Ariana Pinho adiantou que será "lançado um procedimento para implementar as ações previstas no plano de ação aprovado" e que as mesmas deverão avançar nos próximos meses. Isto porque incidem sobretudo na destruição dos ovos e "o tempo de eclosão das aves é em junho". O plano propõe, "como método de controlo da nidificação da gaivota-de-patas-amarelas, a aplicação de óleo em ovos através de utilização de drones adaptados", em situações em que os ninhos sejam de difícil acesso.
A experiência inspira-se na adotada em Nice (França) e consiste no "uso de parafina ou óleo alimentar nos ovos, para criar uma camada que impeça as trocas gasosas entre o embrião e o exterior", inviabilizando-o, num processo que leva a que, "de uma forma geral, as aves não façam uma postura de substituição" e continuem a proteger o ovo neutralizado.
Póvoa de Varzim com projeto piloto
A primeira-secretária da AMP acrescenta que, "por força da pandemia e pelo facto de terem saído alguns técnicos, sobretudo mais dedicados a este projeto, houve um atraso". Contudo, garante, "vão ser implementadas este ano as ações que incidem sobretudo na inviabilização dos ovos", obrigando ao cumprimento de um "timing preciso".
"Quando decidimos no ano passado que queríamos avançar já era muito em cima. O Município da Póvoa de Varzim avançou com um projeto piloto e com isso também contribuiu para que a AMP vá propor aos seus municípios avançar com a concretização do plano de ação", sublinhou Ariana Pinho, recordando a plataforma de informação já disponível online: gaivotas-amp.pt.