Produziu-se menos lixo doméstico nos municípios da Lipor, mas a reciclagem de biorresíduos e de materiais subiu no ano passado face a 2022. A incineração de lixo voltou a permitir a produção e exportação de energia elétrica para a rede nacional, evitando a emissão de 105 mil toneladas de dióxido de carbono.
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Foram produzidas, no ano passado, menos 4519 toneladas de lixo do que em 2022 pelos munícipes do Porto, Maia, Matosinhos, Gondomar, Espinho, Póvoa de Varzim, Valongo e Vila do Conde. Por outro lado, tanto a reciclagem de biorresíduos como de papel ou cartão, plástico, metal e vidro, aumentou entre estes oito concelhos.
No caso dos resíduos verdes e alimentares, e de acordo com a Lipor (empresa responsável pela gestão, tratamento e valorização de resíduos urbanos nestes municípios), registou-se uma subida de 8% face a 2022, representando um total de 51889 toneladas. Para a empresa, estes números são fruto da recolha seletiva de biorresíduos e resultado da expansão de projetos de recolha porta a porta e de proximidade com acesso condicionado. Além disso, este processo permite à empresa produzir composto orgânico e substratos Nutrimais (produtos Lipor).
Quanto à reciclagem de papel ou cartão, plástico, metal e vidro, a Lipor recebeu um total de 68028 toneladas destes materiais no ano passado, um crescimento perto de 3% quando comparado com 2022.
De recordar que a gestora de resíduos também procede à incineração do lixo que não pode ser aproveitado por processos de compostagem ou reciclagem na sua central de valorização energética, na Maia. Foi para esse equipamento que, no ano passado, a Lipor encaminhou 362933 toneladas de resíduos, produzindo e exportando 163182 MWh para a rede nacional de eletricidade.
Estes três processos (reciclagem, produção de compostos orgânicos e exportação de energia elétrica produzida por incineração), garante a gestora, "tiveram um impacto positivo na redução de emissão de gases com efeito de estufa". Tanto que, terá sido evitada a emissão de 105 mil toneladas de dióxido de carbono provenientes de outros setores económicos. Este número seria o equivalente à circulação de 40 mil carros por ano.
Contam-se 11546 toneladas de lixo depositadas em aterro, o que representa 2% dos resíduos produzidos nestes oito municípios, sublinha a Lipor.
Lipor diz ter eliminado "todas as lixeiras da região"
A empresa reforça a sua intenção em apostar "na prevenção, reutilização, na reciclagem, na valorização energética, na descarbonização e no investimento em sistemas e infraestruturas cada vez mais modernos de tratamento de resíduos e a consequente eliminação dos aterros". Aliás, sobre essa matéria, a gestora de resíduos recorda ter eliminado "todas as lixeiras da região" e, com isso, ter reduzido o envio de resíduos para aterro "a valores mínimos" e valorizando "praticamente 100% dos seus resíduos, elevando a qualidade de vida de mais de um milhão de habitantes do Grande Porto".