Uma grávida, de 29 anos, com sinais de aborto espontâneo, hemorragia abundante e febre viu o atendimento ser recusado em dois hospitais, Barreiro e Santa Maria, em Lisboa, e esteve quase cinco horas com os bombeiros até dar entrada no hospital de Cascais.
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O caso aconteceu na tarde e noite de quinta-feira e em causa, de acordo com o comandante da corporação de Sul e Sueste, no Barreiro, está uma falha de comunicação pelo INEM.
Perto das 17 horas de quinta-feira, os bombeiros receberam indicação via Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) para transportar a mulher, com cinco semanas de gravidez, de sua casa para a Urgência de Obstetrícia do Hospital do Barreiro.
“A grávida deu entrada na Urgência Geral, passou pela triagem, onde foi indicado aos bombeiros que a levassem para o Serviço de Urgência de Obstetrícia”, conta Acácio Coelho. Aqui, uma obstetra, de acordo com o comandante, acusou os bombeiros de “extrapolar as suas funções e que não ia receber a utente porque a Urgência estava fechada”.
A grávida tinha uma hemorragia abundante e febre. "Tinha a maca cheia de sangue. Não sei porque a obstetra disse aquilo, os elementos receberam indicação para a levar ao Serviço de Urgência pela Triagem do hospital, não são os bombeiros que entram pelo hospital e decidem o que fazer”, considera Acácio Coelho
A grávida voltou para a ambulância dos bombeiros e partiu para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Eram já 20 horas e foi uma nova equipa dos bombeiros a fazer o transporte, rendendo a anterior.
Acácio Coelho conta que, em Lisboa, os bombeiros depararam-se com um Serviço de Urgência de Obstetrícia fechado, em obras. “Só pode ser uma falha de comunicação da parte do INEM para enviar a doente para estes serviços”. De volta à ambulância, os bombeiros receberam indicação para transportar a mulher para o Hospital de Cascais, onde deu entrada no Serviço de Urgência de Obstetrícia perto das 21 horas, mais de quatro horas depois da chamada inicial ao INEM.
O JN tentou, sem sucesso, saber o seu estado de saúde junto do Hospital de Cascais. Questionamos, também, o Hospital do Barreiro e o INEM sobre o sucedido, mas até agora não obtivemos respostas.