Os enfermeiros da Unidade Local de Saúde do Médio Ave, com unidades em Famalicão e Santo Tirso, estão esta segunda-feira em greve. A adesão chega aos "80,85%", segundo o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) o que tem levado ao adiamento de cirurgias e consultas.
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Na origem da greve está a luta por melhores condições de trabalho e contra as desigualdades.
Segundo o dirigente do SEP, Mário Amador, em causa estão questões que a administração da USL do Médio Ave "decidiu não decidir", o que leva a que existam "injustiças e desigualdades" entre os enfermeiros.
Um dos exemplos dados pelo líder do sindicato são os "contratos precários", que continuam a existir nas unidades de saúde. "Há colegas que trabalham já 5, 6, 7 anos com contratos precários. Fazem um contrato de substituição, estão uma semana em casa e regressam com outro contrato precário", explica Mário Amador, notando que estes profissionais são necessários, mas mesmo assim continuam a ter contratos precários.
Na USL do Médio Ave existem "mais de 50" profissionais com contratos precários. "Muitos fazem parte de equipas e ainda estão com tratos COVID", afirma o sindicalista.
Por outro lado, o dirigente realça que existem "desigualdades" entre enfermeiros, uma vez que relativamente ao descongelamento das carreiras há quem tenha recebido retroativos de 2018, enquanto que quem teve "ajustes" em 2011 e 2013 "não teve direito".
"O ministério já alertou as instituições para reconhecerem o tempo anterior mas a administração da USL do Médio Ave decidiu não fazer os pagamentos", revela Mário Amador, afirmando que cada unidade de saúde faz a sua interpretação da lei.
O dirigente explica ainda que há enfermeiros a trabalhar a recibos verdes que integram equipas, obedecem a hierarquias, acompanham enfermeiros estagiários, mas cujo tempo de serviço não é contabilizado.
O JN tentou contatar a administração da ULS do Médio Ave, mas até agora não teve resposta.