Cerca de 80% dos trabalhadores da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto aderiram, esta terça-feira, à greve contra "a falta de respeito" do Governo e da administração da empresa, segundo a Comissão de Trabalhadores.
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Em declarações à Lusa, Ricardo Cunha, da Comissão de Trabalhadores (CT), afirmou que "há muito poucos autocarros a circular no Porto", sendo a adesão à paralisação de cerca de "80%".
A greve, que teve início às 09.00 horas e decorrerá até às 16.00 horas, foi convocada pelos sindicatos Nacional dos Motoristas (SNM), Associação Sindical de Motoristas de Transportes Coletivos do Porto (SMTP), Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários do Norte (STRUN), Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes (SITRA) e Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes da Área Metropolitana do Porto (STTAMP).
Um grupo de trabalhadores está concentrado junto à sede da empresa, na torre das Antas, onde realizará um plenário para "debater o futuro da empresa e da mobilidade da população" do Grande Porto.
Um dos motivos do protesto é "a falta de respeito pelos trabalhadores e utentes demonstrada pela Secretaria de Estado dos Transportes e pelo Conselho de Administração da STCP, que continuam com um silêncio cúmplice face aos sucessivos cortes nos transportes às populações, apesar dos aumentos brutais encapotados com o fim do tarifário monomodal", afirmou, em comunicado, a CT.
A CT refere, também, "o favorecimento dos operadores privados em detrimento de um serviço público de qualidade ao serviço da população da Área Metropolitana do Porto" e "a contínua escalada na retirada dos direitos dos trabalhadores, consagrados em Acordo de Empresa".
Os trabalhadores criticam, ainda, "a tentativa de privatização perante os resultados positivos na operação e depois de efetuarem os roubos nos salários".