A adesão dos trabalhadores da Resinorte à greve convocada, para esta sexta-feira, por melhores salários e condições laborais, está a registar uma adesão "elevada", atingindo os 100% em alguns setores, disse fonte sindical.
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Segundo Joaquim Sousa, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), nas instalações de Riba de Ave, Vila Nova de Famalicão (Braga), a adesão é de 100% nos setores da triagem, do tratamento mecânico e dos transportes.
"Na recolha seletiva, a adesão é de cerca de 50% e na estação de transferência estão a ser assegurados os serviços mínimos estipulados pelo tribunal", acrescentou.
Disse ainda que nas instalações de Celorico de Basto (Braga) os números são idênticos.
Segundo Joaquim Sousa, a Resinorte - Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos emprega 200 pessoas nas instalações de Riba de Ave e cerca de 70 pessoas nas instalações de Celorico de Basto.
O sindicalista explicou que a empresa decidiu no início do ano, "unilateralmente", um aumento salarial de 2,6%, que resulta em mais 19 a 25 euros no bolso dos trabalhadores no final de cada mês.
O sindicato exige um aumento de 150 euros para todos os trabalhadores e a fixação do salário mínimo em mil euros.
Lembra que a empresa, em 2023, obteve um resultado líquido positivo de mais de 600 mil euros, mas distribuiu dividendos de 730 mil euros, "o que significa uma clara e preocupante descapitalização".
No final de maio, o STAL reuniu com a administração da Resinorte para discutir o caderno reivindicativo dos trabalhadores, tendo dessa reunião resultado "uma verdadeira mão cheia de nada".
"A administração limitou-se a sacudir a água do capote, apresentando as desculpas de sempre: contas reguladas, valores aprovados pela ERSAR, necessidade de esperar o próximo regulatório (três anos) para responder às reivindicações dos trabalhadores", indica o STAL, considerando ser "inaceitável" a distribuição de dividendos do resultado líquido positivo de 2023.
Para o sindicato, enquanto os trabalhadores apertam o cinto, os acionistas "enchem os bolsos".
O STAL diz estar, juntamente com os trabalhadores, disponível para negociar as propostas da administração, mas não para "propostas de atualização salarial ao nível da esmola".
"Se a administração se mantiver intransigente, a luta vai continuar", garantiu Joaquim Sousa.
A Lusa tentou ouvir a administração da Resinorte, mas ainda sem sucesso.