Grijó tem o melhor pão de ló do país. Paixão e muito trabalho são os segredos da receita
"Se temos de estar tantas horas no trabalho, porque não tentarmos ser os melhores?". A questão de Jorge Magalhães, gerente e um dos sócios da Flor de Grijó, em Gaia, teve resposta no 11.º concurso da Associação de Comércio e Indústria de Panificação. A padaria ganhou nas categorias de melhor pão de ló e folar salgado.
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Com 30 anos de experiência na área da pastelaria, Jorge Magalhães assumiu o desafio de tomar conta do estabelecimento em 2018 e o sucesso tem surgido, fruto de "muita dedicação e trabalho". Por isso, estes prémios representam um reconhecimento importante. "Quem está nesta área perde muitos feriados, trabalha muitas noites e, por vezes, o cansaço leva-nos a melhor. No entanto, este tipo de distinções consegue fazer esquecer o cansaço e dá-nos alento", desabafou.
O título de melhor pão de ló e folar leva a perguntar sobre a receita que faz a diferença. Mas, na hora de revelar o ingrediente secreto, o gerente do Flor de Grijó destacou três elementos que passam mais ou menos despercebidos. "Isto era impossível de fazer sem três coisas: muita paixão, matéria-prima de qualidade e os meus colaboradores. São indispensáveis em várias vertentes, seja para vir trabalhar às tantas da manhã quando há necessidade, seja na criação das receitas", salientou, acrescentando a importância da inovação, até porque, atira, "quem parar no tempo é ultrapassado e se o cliente não tiver coisas novas para experimentar começa a ir a outro lado".
Pandemia não travou crescimento
Quem tem negócios sabe que uma das grandes virtudes de um empreendedor é conseguir transformar dificuldades em oportunidades e Jorge Magalhães teve bem noção disso. O facto de, pouco mais de um ano depois de ter assumido o negócio, ter surgido uma pandemia podia ter sido um desafio maior, não fosse a capacidade de inovação. Foi nessa altura conturbada que comprou carrinhas para fazer entregas e percebeu que o produto tinha mais procura do que alguma vez pensou. Além disso, foi o impulso necessário para começar a investir nas redes sociais, o que também ajudou a catapultar o negócio para outro patamar.
Ainda assim, Jorge Magalhães não está satisfeito com os dois prémios no pão de ló tradicional e no folar salgado, estando agora virado para arrecadar mais distinções nas outras categorias. "O bronze no pão de ló húmido diz-me que tenho de aprimorar a receita e já estamos a trabalhar nisso. Também vamos investir nas amêndoas e no ninho de Páscoa", garantiu, revelando que a Flor de Grijó já está a tratar de criar um doce inspirado no famoso chocolate do Dubai com pistacho. Em jeito de conclusão, fez questão de admitir que o melhor prémio é "ver a sala cheia de clientes regulares satisfeitos".
Outros vencedores
Além da Flor de Grijó, houve outros vencedores nos 11.º concurso da Associação de Comércio e Indústria de Panificação (ACIP), que decorreu dia 29 de março no Shopping Cidade do Porto.
A Pastelaria Princesinha, na Tocha (Cantanhede), também teve um bom ano, tendo vencido duas medalhas de ouro nas categorias de Amêndoas e Ninho da Páscoa. Se estiver à procura do Melhor Folar Doce terá de ir à Pastelaria Moinho Velho, em Coimbra.
Quanto ao vencedor na vertente Pão de Ló Húmido, está localizado em São João da Madeira e é a Mina da Estação, que revalidou o título do ano passado. Por fim, a Melhor Inovação de Portugal na sua mesa de Páscoa, foi para Chaves, casa da Prazeres da Terra.