Grupo francês compra fábrica da Coindu e contrata antigos trabalhadores
O grupo francês Nexteam comprou as instalações da antiga fábrica da Coindu em Arcos de Valdevez e deverá iniciar produção para o setor da aeronáutica, com recurso à contratação de antigos trabalhadores da unidade que fechou.
Corpo do artigo
A informação foi divulgada pelo autarca de Arcos de Valdevez, João Esteves, na última reunião camarária, e confirmada esta quinta-feira ao JN.
“A informação que tenho é que a Nexteam terá comprado as instalações da antiga Coindu, para promoverem a expansão da atividade em Portugal, ao nível das componentes de aeronáutica”, declarou o autarca, indicando que “com isso, para além de ampliarem a sua capacidade, que será muita em termos de área, também pretendem contratar alguns trabalhadores que estavam na antiga Coindu”.
Recorde-se que a fábrica de Arcos de Valdevez, do grupo Coindu, que tem sede em Joane, Famalicão, fechou a 19 de dezembro de 2024. Os seus cerca de 350 trabalhadores saíram por despedimento coletivo.
De acordo com João Esteves, a Nexteam deverá ocupar as antigas instalações, após obras de adaptação, e iniciar atividade “ainda este ano”.
O autarca refere que entre esta nova unidade de produção do grupo francês e uma outra, a Nosco, de produção de produtos de marroquinaria, instalada no parque empresarial de Mogueiras, naquele mesmo concelho, que também deverá “ampliar a sua atividade e contratar mais mão de obra”, serão criados em 2025 “algumas dezenas de postos de trabalho”.
“Serão recrutados muitos dos trabalhadores que estavam na antiga Coindu”, sublinhou.
Recorde-se que o grupo Coindu justificou publicamente o encerramento da fábrica de Arcos de Valdevez com “a deterioração gradual das suas condições financeiras, fruto das condições do mercado”, "o que tornou insustentável a continuação da atividade desta unidade”. Alegou ainda que “nos últimos anos, o setor automóvel vem a sofrer uma crescente e profunda transformação, marcada pelo declínio significativo da procura pós-pandemia e pelo aumento da pressão competitiva dos mercados com custos de mão-de-obra mais baixos”, o que “conduziu a uma redução gradual dos projetos atribuídos” à unidade nos Arcos de Valdevez.