Com receio de perder importância para Braga, edil vimaranense é o único autarca do Minho que não vê com bons olhos a proposta.
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A criação de uma área metropolitana (AM) no Minho ganhou novo alento depois das declarações do presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio (PSD), e do ministro da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, a 17 de janeiro, na cerimónia de assinatura de um memorando de entendimento entre as comunidades intermunicipais (CIM) do Cávado e do Ave. Mas o edil de Guimarães, Domingos Bragança (PS), veio deixar claro que enquanto for ele o presidente da CIM do Ave, “nada vai acontecer”. Já os restantes autarcas dos grandes concelhos minhotos - Braga, Famalicão, Barcelos e Viana do Castelo - são todos favoráveis à criação da AM Minho, que poderia ter aproximadamente um milhão de habitantes. Do ponto de vista de quem estuda o assunto na academia, a criação desta nova entidade “só pode ter vantagens”.
Talvez por ter consciência da diferença de opiniões entre os autarcas de Braga e Guimarães, o ministro da Coesão Territorial quando se referiu à criação de uma AM, mencionou apenas a CIM do Cávado. Já no tempo em que era secretário de Estado da Administração Local (2002-2004), Miguel Relvas (PSD) tinha aludido à possibilidade de ser criada uma terceira AM (depois das de Lisboa e Porto) no Minho, “se Braga e Guimarães se entenderem”. Atualmente, as duas grandes cidades continuam com posições irreconciliáveis nesta matéria. Numa reunião de Câmara recente, Domingos Bragança lembrou a reforma administrativa do século XIX que levou à criação do distrito de Braga como um episódio de má memória para Guimarães. “A partir dessa altura, a sede do distrito passou a monopolizar a atenção e o investimento do Estado central”, lamentou.