O presidente da Câmara de Guimarães, Domingos Bragança, quer que o Governo defina, o mais brevemente possível, onde vai ficar localizada a estação do comboio de alta velocidade.
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O pedido surgiu durante a reunião desta segunda-feira do Executivo, onde a oposição (PSD/CDS) o confrontou com o facto de o candidato do PS às próximas autárquicas, Ricardo Costa, defender uma solução diferente da que está a ser projetada para a ligação a Braga.
“O que a Câmara está a fazer é estudar um canal que dá para metrobus (BRT) ou metro de superfície. Só não serve para ferrovia pesada”, esclareceu o autarca. “O que foi negociado com o Governo é que agora arranca o metrobus e depois, se a procura for elevada, a infraestrutura permite migrar para metro ligeiro de superfície”, acrescentou. Domingos Bragança quer saber onde vai ficar a estação de alta velocidade porque isso condiciona este projeto.
A intervenção do edil surgiu em resposta a uma interpelação do vereador social-democrata, Ricardo Araújo, colocando em evidência a contradição de posições dentro do PS Guimarães. Numa conferência sobre ordenamento do território, ambiente, mobilidade e coesão territorial, o candidato socialista, Ricardo Costa, disse que “se for presidente da Câmara não háverá BRT nenhum”. O candidato disse ainda que “falta no Norte quem fale grosso”, criticando a opção, mais económica, pelo metrobus, quando Porto e Lisboa retêm a maior fatia dos fundos comunitários.
Para Ricardo Araújo é evidente que Domingos Bragança “já perdeu o apoio do PS local”, num projeto estratégico para o Município “que foi consensualizado com a oposição”. O candidato do PSD deixa claro que está alinhado com a solução preconizada por Domingos Bragança: “Se eu for presidente, haverá metrobus nos próximos quatro anos”, prometeu.
O edil concordou que esta é uma obra estratégica que passa de um ciclo político para o seguinte e incitou o Governo a apresentar uma solução para o seu financiamento. “ O ministro da Infraestruturas disse-me para avançar com os estudos que o financiamento surgiria”, lembrou. “Contudo, a secretária de Estado da Justiça também esteve aqui, há seis meses, a dizer que a obra do novo tribunal era para avançar e não vejo nada”, queixou-se.