O antigo edifício do seminário do Verbo Divino, em Guimarães, foi alugado pelo município para a criação de uma creche. O resto do espaço vai ser cedido a unidades da Universidade do Minho, da Unidade de Saúde Local do Alto Ave e à Cooperativa de Ensino Superior Politécnico Universitário (CESPU), a título gratuito.
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A intenção foi conhecida na reunião do Executivo desta segunda-feira, numa resposta do presidente da câmara, Domingos Bragança, a uma pergunta do vereador social-democrata Hugo Ribeiro.
A pergunta do PSD centrou-se na abertura das 120 vagas de creche “prometidas para o edifício do Verbo Divino, em maio de 2023”, mas acabou por também abordar o valor das obras a realizar para adaptar o espaço para finalidades muito diferentes daquelas para que foi construído e o modelo de cedência à CESPU. Hugo Ribeiro pretendia saber se esta creche estará a funcionar em setembro, quando arrancar o próximo ano letivo e quanto é que a universidade privada irá pagar.
Domingos Bragança afirmou que preferia que o município tivesse adquirido o edifício do Verbo Divino, mas que tal não foi possível porque a Igreja não quis. Confirmou a instalação de uma creche, com 120 lugares, a ocupar todo o piso inferior. Relativamente às cedências de espaço ao Laboratório Associado de Sistemas Inteligentes (LASI), uma unidade de investigação da Universidade do Minho, à ULS Alto Ave e à CESPU, o autarca referiu que “o município fará nestes casos como faz com a UMinho e com o IPCA” e que, portanto, não irão pagar pelo uso do espaço.
Já o vereador Paulo Lopes Silva, em substituição do autarca na conferência de imprensa, após a reunião, precisou que “é positivo que se instalem no concelho instituições de ensino superior, como a CESPU”. Paulo Lopes Silva referiu que se tratam de cursos complementares à oferta da UMinho (Gestão em Saúde e Saúde Pública) e não concorrentes. Relativamente à cedência do espaço a título gratuito, o vereador disse que “essa é a perspetiva política, mas pode ter que ser avaliada do ponto vista técnico-jurídico”. O vereador do PSD, Hugo Ribeiro, critica esta postura e lembra que “a CESPU não é o IPCA nem a UMinho e as propinas que os alunos pagam para frequentar os seus cursos são muito diferentes”.
Creche sem data
Paula Oliveira, vereadora com o pelouro da Ação Social, respondendo à questão sobre a abertura da creche, foi perentória: “Em setembro não estará, certamente”. Apesar de anunciar que o concurso para a obra de adaptação deve arrancar brevemente e que também está tudo pronto para lançar o concurso para escolher a IPSS que irá gerir esta creche, a vereadora não se quis comprometer com uma data para a inauguração. “Há muitas variáveis no concurso público, nomeadamente a possibilidade de não haver concorrentes”, apontou.
Guimarães abriu, entre 2023 e 2024, mais de quinhentas novas vagas em creches e, ao abrigo de financiamentos do PRR, tem mais 617 licenciadas, sem contabilizar as 120 que serão criadas no edifício do Verbo Divino.