A hotelaria está quase lotada para a primeira grande peregrinação do ano a Fátima.
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O Santuário de Fátima está, cada vez mais, na rota dos turistas norte-americanos. Já no ano passado, os Estados Unidos da América tinham sido o terceiro país estrangeiro com maior número de grupos e de peregrinos registados na Cova da Iria, só superado pelos mercados tradicionais de Espanha e da Polónia. A tendência mantém-se na primeira grande peregrinação deste ano, que acontece a 12 e 13 maio, poucos dias depois da eleição do novo Papa, que é originário dos Estados Unidos.
Presidente da Aciso – Associação Empresarial Ourém-Fátima, Purificação Reis fala de “um crescimento significativo” do mercado americano, registado sobretudo nos últimos dois anos. “Temos cada vez mais norte-americanos em Fátima”, confirma Alexandre Marto, diretor-executivo do Fátima Hotels Group, que explica o incremento de turistas oriundos dos EUA com o aumento das ligações aéreas para Portugal e a guerra na Faixa de Gaza, que “paralisou” o turismo em Israel e condicionou os mercados próximos, como a Jordânia e o Egito.
“São destinos que estão fragilizados e os norte-americanos são muito sensíveis às questões de segurança. Neste caso, Fátima está a beneficiar do facto de Portugal ser um destino seguro”, alega o representante do Fátima Hotels Group, agrupamento que detém sete unidades na cidade-santuário, todas elas com uma taxa de ocupação “quase completa” para este 13 de maio. Essa é, aliás, uma realidade transversal à restante hotelaria de Fátima, que deverá ficar lotada até ao início a peregrinação, antevê Purificação Reis.
Brasileiro preside
A Peregrinação Aniversário Internacional, de 12 e 13 de maio, que contará com a presença de milhares de peregrinos, contará com um dispositivo de segurança composto por cerca de 240 efetivos diários (ver texto ao lado).
A presidir às cerimónias estará o cardeal Jaime Spengler, arcebispo metropolita de Porto Alegre que preside à Conferência Episcopal do Brasil. Feito cardeal pelo Papa Francisco no consistório de 7 de dezembro do ano passado, participou no conclave que elegeu Leão XIV como chefe da Igreja Católica. No Brasil, lidera uma comunidade com uma expressiva devoção a Nossa Senhora de Fátima, refletida na existência na arquidiocese de sete paróquias que têm Nossa Senhora de Fátima como padroeira.
O programa arranca no dia 12, com a celebração do rosário na Capelinha das Aparições, às 21.30 horas, seguindo-se a procissão das velas, celebração da Palavra e procissão do silêncio. Durante a noite, haverá vários momentos celebrativos, como a adoração eucarística e veneração dos Santos Francisco e Jacinta Marto, ambos na Basílica de Nossa Senhora do Rosário, e via-sacra no recinto de oração. Na manhã do dia 13, haverá a recitação do rosário na Capelinha das Aparições, às 9 horas, que antecede a Eucaristia, momento alto da peregrinação, que incluirá a bênção de doentes e a procissão do adeus.
GNR terá 240 efetivos diariamente nas ruas
Drones e militares de bicicleta e a cavalo fazem vigilância
A operação de segurança da GNR para a peregrinação de 12 e 13 de maio, em Fátima, vai contar, diariamente, com cerca de 240 efetivos, incluindo a vigilância com drones, resposta que tem sido usada nas últimas grandes celebrações na Cova da Iria. O espaço aéreo no Santuário e na zona envolvente estará interdito para drones e os militares têm “capacidade para detetar essas aeronaves e ficar com o controlo das mesmas".
Face ao ano passado, há um reforço com 40 elementos que estão a frequentar o curso G4 Polaris, projeto que envolve forças de cariz militar de Portugal (GNR), Espanha (Guardia Civil), França (Gendarmerie) e Itália (Arma dei Carabinieri), que este ano decorre no nosso país.
"Um dos objetivos é que a operação [Peregrinação Segura] seja uma referência e que se possam tirar ensinamentos para a segurança de grandes eventos", avança Carlos Canatário, porta-voz da GNR, explicando que aqueles 40 militares serão "espalhados" pelo dispositivo afeto a esta peregrinação, de forma a "potenciar o contacto mais próximo com visitantes provenientes dos seus países de origem".
Videovigilância
A operação de segurança incluirá, ainda, patrulhas apeadas, a cavalo e com bicicletas, equipas cinotécnicas e elementos das unidades de trânsito, investigação criminal, ordem pública e desativação de engenhos explosivos.
Os operacionais contarão com a vigilância feita por drones e pelo sistema de videovigilância instalado na Cova da Iria.