O presidente da câmara de Arcos de Valdevez, João Esteves, garantiu esta quinta-feira que existem empresas interessadas, tanto em contratar trabalhadores, como em investir na fábrica da Coindu, que vai encerrar portas a 31 de dezembro.
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Adiantou ainda que a própria autarquia tem estado a desenvolver contactos com os mistérios da Economia e do Trabalho, bem como com outras entidades com competência na área, para encontrar saídas profissionais para os cerca de 350 trabalhadores abrangidos pelo despedimento coletivo, anunciado há dias.
"Há empresas do concelho e de fora interessadas. Há empresas que estão a procurar mão de obra, daqui e de fora, e empresas até interessadas em fazer reconversão profissional dos trabalhadores", declarou João Esteves aos jornalistas, à margem de uma conferência de imprensa, para apresentar a programação de natal de Arcos de Valdevez, considerando que "o maior ativo daquela empresa são os trabalhadores e serão provavelmente aqueles que poderão dar um fortíssimo contributo se as empresas vierem ou obviamente se houver investidores que queiram pegar naquela empresa para esse ou para outro setor".
"Neste momento, sabemos que há contactos a decorrer, mais do que um, relativamente a este assunto", sublinhou, recordando que tem feito um apelo "aos empresários que necessitem de mão de obra, que este é o momento de darem uma oportunidade a estas pessoas, que são bons trabalhadores, qualificados, e que certamente ajudaram muito esta empresa e vão ajudar outras".
"Está a haver essa procura. O próprio centro de emprego está a receber pedidos de informação, e estamos a articular também entre o emprego e uma coisa que nos parece extremamente importante, que é, pode haver pessoas que queiram criar o seu próprio emprego e ter fundos para que isso seja possível". Assim, estão a ser desenvolvidos "contactos" sobre a possibilidade de "ter outros investidores neste ramo ou noutro ramos, que eventualmente possam reiniciar este processo e criar mais investimento e novos postos de trabalho", explicou.
Já na terça-feira, João Esteves tinha afirmado após reunião de emergência com o CEO do grupo Coindu, António Cândido, que iria agir em prol de procurar apoios para a massa trabalhadora afetada pelo encerramento da unidade da Coindu, fabricante de capas para assentos de automóveis, que estava instalada há cerca de duas décadas naquele município. E que fecha as suas portas, após cumprir uma última encomenda para a Tesla.
"Temos desenvolvido contactos desde a passada terça-feira, como o Ministério da Economia, do Trabalho, várias entidades públicas relacionadas com estas áreas, no sentido de encontrarmos a plataforma, o programa, que venho falando que articule os vários apoios e incentivos para que seja possível criar condições para que se as pessoas forem contratadas, tenham melhores condições para serem contratadas. Se tiverem perda de rendimento, por causa desse contrato, que seja possível criar essa compensação, e se necessitarem de formação ou de reconversão profissional, ela apareça", disse.
"Há uma questão que para nós ficou muitíssimo clara, desde a primeira hora e julgo que estão criadas as condições para que isso aconteça efetivamente, que é respeitar todos os direitos que as pessoas têm, porque não foram elas que criaram esta circunstância", concluiu. "Esses direitos têm de lhes ser garantidos e a informação que temos é que serão, no entanto, estaremos atentos".