Há mais de 600 famílias a precisar de "habitação imediata" em Vila do Conde. O número foi avançado pelo presidente da Câmara, Vítor Costa, que garante que as 122 casas sociais previstas na Estratégia Local de Habitação (ELH), deixada pelo anterior Executivo, são "manifestamente insuficientes". A ex-presidente, Elisa Ferraz, diz que a ELH é "exequível e adequada às necessidades do concelho" e lamenta que, um ano e meio após as eleições, "nada tenha ainda sido feito".
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"A ELH está em fase final de revisão. Tal como eu previa, o panorama social é muito mais grave do que tinha sido identificado. Neste momento, há mais de 600 famílias a precisar de habitação e realojamento imediato. Isto só prova que quando prometi a construção de mil fogos em quatro anos não estava longe", afirmou Vítor Costa.
"O dr. Vítor Costa tem que apontar armas e desfazer tudo o que o movimento NAU fez. Foi feito um levantamento rigoroso das necessidades, com as juntas de freguesia e tínhamos um plano vocacionado para a construção de habitações em todo o concelho, algumas já com projeto pronto. Lamento que se esteja a ajustar a ELH aos interesses do atual presidente", contrapõe Elisa Ferraz.
No documento, estavam previstos 175 novos fogos (122 habitações sociais e 53 apartamentos para arrendamento a custos controlados) e um investimento de quase 26 milhões de euros para resolver os problemas habitacionais do concelho.
A ex-presidente e agora vereadora da oposição diz que deixou o plano traçado e várias obras prontas a avançar. Ano e meio volvido, frisa, "inventam-se programas novos, atribuem-se a outros competências que deveriam ser da Câmara e nada avançou".
Vítor Costa, por seu lado, saúda a parceria feita com a Santa Casa da Misericórdia para a construção das primeiras 122 habitações sociais e espera ter obra no terreno em maio. Apesar do atraso, acredita que Vila do Conde estará entre as 26 mil primeiras habitações sociais a serem construídas no país e que terão financiamento estatal a 100%.
Centenas de casas precisam de obras
Vítor Costa diz que há 857 habitações sociais a precisar de obras. "No imediato", garante, haverá intervenções nos bairros sociais de Macieira, Junqueira, Malta e Vilar. Os fundos já estão garantidos através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Bairro pronto, mas por habitar
As obras do Bairro do Farol, orçadas em 2,7 milhões de euros, arrancaram em julho de 2021. Elisa Ferraz garante que já terminaram. "As casas [48] estão prontas. Porque não são entregues?", questiona a ex-autarca, lembrando que aquela é "a única obra em habitação social feita no atual mandato e porque foi lançada no mandato anterior.