Comando do Porto recebeu 3314 participações durante o ano passado. Ações de sensibilização da população passam por feiras, mercados e até pelas missas.
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"As pessoas estão mais sensibilizadas" para problemáticas relacionadas com fogos florestais e animais domésticos, e as denúncias ao SEPNA - Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente do Comando do Porto da GNR "têm vindo a crescer", à semelhança do que sucede a nível nacional, registando-se mais 351 ocorrências em 2024 do que em 2023. Das 3314 situações reportadas no ano passado, no universo das mais de 12 mil em todo o país, a maioria refere-se à defesa da floresta contra incêndios, com 947 denúncias, seguindo-se a área dos animais de companhia, que teve 735.
A Campanha Floresta Segura 2025 da GNR arrancou no primeiro dia de fevereiro, e, com o distrito do Porto a registar o mais alto número de incêndios a nível nacional - 1381, segundo um relatório do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, de outubro de 2024 -, o Comando Territorial está a apostar nas ações de sensibilização. Principalmente, junto da população mais ligada à terra e à floresta. "O objetivo é fazer chegar a mensagem ao maior número de pessoas possível", sublinha o coronel Paulo Serra, que assumiu o Comando do Porto em outubro e quer reforçar o contacto com os cidadãos, tendo em vista prevenir os fogos florestais e reduzir o número de ignições no distrito.
Contacto mais próximo
"Neste ano, estamos a inovar ao fazer sensibilização em feiras e mercados", adianta o comandante, indicando que está prevista uma média de 12 ações por mês, no total dos seis destacamentos territoriais do Comando do Porto. Além disso, a partir deste mês começou a ser enviada às paróquias do distrito uma newsletter bimestral, com caráter abrangente e para ser lida no final das missas, na qual a GNR "dá conselhos" à população sobre vários temas, desde os perigos das queimadas aos alertas para burlas. Também a viatura do posto móvel da Guarda tem estado ao serviço da Floresta Segura, fazendo um périplo pelos concelhos que estão sob a alçada do Comando.
"É mais um meio que está ao dispor desta campanha, permitindo descentralizar a informação e um contacto mais próximo com o cidadão, porque é a GNR que vai ter com a população. Queremos que a mensagem chegue às pessoas", explica a major Carla Passeira, que chefia o SEPNA do Porto, serviço com um efetivo total de 79 elementos, entre militares e guardas-florestais, distribuídos pelos destacamentos.
Apesar de a grande maioria das participações se centrarem nas áreas da floresta e animais de companhia, as competências da GNR enquanto polícia ambiental são bem mais vastas, abrangendo, entre outros, campos como a fiscalização ambiental e dos recursos hídricos, a proteção da fauna e da flora - atuando na salvaguarda de espécies em perigo e na prevenção da caça e pesca ilegais - ou o tráfico de espécies protegidas, colaborando ainda com organismos internacionais.