A Estratégia Municipal do Porto de Combate à Pobreza 2025-2030 vai ser votada pelo executivo portuense na segunda-feira e revela que a população residente envelheceu.
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A população do Porto envelheceu e há mais residentes a receber o Complemento Solidário para Idosos em todas as freguesias, revela o diagnóstico que serviu de base à Estratégia Municipal de Combate à Pobreza, que elege esta faixa etária como um dos grupos prioritários de intervenção.
Em 2022, cerca de 26% da população da cidade tinha 65 ou mais anos, enquanto em 2011 essa percentagem rondava os 23%, e são estes números, aliados à evidência de que houve, neste período, um aumento dos residentes com idades mais avançadas, que levam a Câmara a apostar em ações que visam mitigar o isolamento social, como o programa Estamos Juntos ou as Residências Sénior Partilhadas.
O documento para 2025-2030, que será votado na reunião do executivo de segunda-feira, dá ainda ênfase aos imigrantes, outra franja populacional vulnerável que teve uma subida exponencial entre 2011 e 2022, passando a representar 9,8% dos residentes face aos 3,2% registados no início desse período.
O vereador da Coesão Social, Fernando Paulo, destaca a população idosa como "um grupo que merece um olhar atento", uma vez que "enfrenta dificuldades de várias ordens, como pensões insuficientes, problemas de saúde crónicos, solidão e pobreza".
Mais velhos
De acordo com o diagnóstico, "entre 2011 e 2021, em quase todos os escalões etários até aos 64 anos, assistiu-se a um decréscimo da população", em contraciclo com o que sucedeu em "quase todos os grupos etários acima dos 65 anos, que aumentaram a sua importância relativa, com particular destaque para o grupo dos 85 e mais anos". A autarquia assinala, por isso, que esta faixa etária requer "atenção acrescida na definição de estratégias e medidas de combate à pobreza".
Em 2023, todas as freguesias do Porto viram aumentar o número de beneficiários do Complemento Solidário para Idosos (CSI), relativamente ao ano anterior, mas as localidades que registaram os índices mais elevados foram Paranhos, onde 928 receberam a prestação, o Centro Histórico, que registou 873, e Campanhã, onde houve 871, como indica o documento, que refere que o número de seniores que beneficiam deste apoio social aumentou em quase 400 num ano, passando de um total de 4229, em 2022, para 4612, em 2023.
Lembrando que está em marcha o plano de ação Porto Cidade Amiga das Pessoas Idosas, que foi gizado em 2023 e contempla "80 ações", Fernando Paulo realça que "há trabalho a fazer" nesta área, pelo que a estratégia do município de combate à pobreza divide a terceira idade em dois grupos prioritários: idosos isolados e em situação de carência e privação e idosos em situação de vulnerabilidade.
Prioridade
Desafios na integração da população migrante
A par dos idosos e das crianças e jovens, também a população migrante, que tem vindo a aumentar no Porto, é uma das populações com prioridade na estratégia que o município delineou para combater a pobreza. Reconhecendo que o aumento do número de imigrantes na cidade, que representavam, em 2022, 9,8% dos residentes, face aos 3,2% registados em 2011, "coloca desafios na sua integração", o vereador Fernando Paulo assinala a implementação de ações que visam apoiar esta comunidade. Como "o atendimento no gabinete do munícipe para migrantes que se dirigem à cidade e o Porto_4_All [na área da integração profissional]", especifica o autarca, assinalando que o objetivo é "reforçar um conjunto de intervenções que possam ir ao encontro das necessidades dos migrantes". Neste grupo, "a falta de uma rede de apoio social, a discriminação no mercado de trabalho, a dificuldade em regularizar a sua situação e o desconhecimento da língua e da cultura local, contribuem para a sua exclusão social", sublinha-se no diagnóstico feito pela autarquia.