A Segurança Social afirmou, ao JN, que a habitação onde esta quarta-feira de manhã morreu uma bebé de quatro meses funcionava como creche ilegal.
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"A Segurança Social teve conhecimento da existência desta creche ilegal, na sequência de contacto efetuado hoje pela Polícia de Segurança Pública à Linha Nacional de Emergência Social. Trata-se de uma habitação sem licença de funcionamento para o desenvolvimento de creche ou qualquer outra resposta social. A Segurança Social está a acompanhar a situação juntamente com as autoridades policiais", respondeu a instituição, questionada pelo JN.
Continuam por apurar as circunstâncias da morte de uma bebé de quatro meses, ao final da manhã desta quarta-feira, em Leça da Palmeira, Matosinhos. A menina, que foi encontrada em paragem cardiorrespiratória devido a convulsões, estava aos cuidados de uma ama, numa habitação da Rua de Oliveira Lessa, que funcionava como creche sem a devida autorização da Segurança Social. O caso gerou grande consternação entre os moradores. A PSP foi chamada ao local.
O INEM recebeu o alerta pelas 11.45 horas. "Os pais começaram a chegar para vir buscar os filhos a pedido da cuidadora que os avisou que tinha acontecido uma tragédia", contou um residente. O óbito foi declarado no local e o corpo da criança foi transportado pelos Bombeiros de Leixões para o Instituto de Medicina Legal, onde será autopsiado.
"Falei com o padrinho da menina, que também tem um filho aos cuidados desta senhora. A família estava desolada e não quis falar muito", referiu Alexandrina Pinho, que trabalha numa empresa daquela rua. Para o local foi acionada também uma equipa de psicólogos para prestar apoio.
Segundo os relatos de vizinhos, há pelo menos 20 anos que aquela moradora cuida de crianças. Entre os testemunhos recolhidos pelo JN, incluindo de pais de crianças, abundam os elogios. "Eu tenho o meu filho aos cuidados desta senhora e confio imenso nela", disse uma das mães, à saída do prédio, onde a PSP permaneceu várias horas.
Várias crianças
A ama tinha ao seu cuidado várias crianças. O JN tentou falar com a cuidadora, sem êxito.
Investigação
A PSP esteve no local com elementos da Divisão de Investigação Criminal. A Segurança Social diz que está a acompanhar o caso "juntamente com as autoridades policiais".