Helicóptero de combate inicial a incêndios retirado do Centro de Meios Aéreos de Moura
A retirada do helicóptero de combate inicial a incêndios colocado no Centro de Meios Aéreos (CAM) de Moura foi feita sem qualquer explicação oficial à Câmara Municipal por parte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
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Na altura em que decorre a fase Delta de DECIR 2024, o helicóptero “desapareceu” na quarta-feira sem deixar rasto, tendo hoje falhado à chamada quando foi pedida a sua intervenção em dois incêndios, um no próprio concelho de Moura e outro no de Serpa.
Agastado com a situação, o presidente do Município mourense, Álvaro Azedo, fez chegar um email ao secretário de Estado da Proteção Civil, onde manifesta “o mais profundo desagrado pela retirada de meio aéreo, sem que a autarquia tenha sido informada dos fundamentos de tal decisão”.
Ouvido pelo JN, o autarca não poupou nas palavras: “Não houve decência de nos dizerem nada oficialmente. Somos alheios a esta situação e também ignorados, apesar dos fortes investimentos feitos no Centro de Meios Aéreos.”
Álvaro Azedo referiu que a saída do helicóptero estará ligada ao facto de “o operador aéreo aguardar um certificado de operador, emitido pela Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC)”, defendendo que, neste processo, “houve alguém incompetente e deve ser responsabilizado”.
O aparelho em causa tem estado operacional, tendo feito, entre 9 e 15 de julho, nove missões com 65 descargas, num total de 4 horas e 15 minutos de voo. Foi sendo o que teve mais missões atribuídas.
No documento enviado ao governante Paulo Simões Ribeiro, o edil mourense pede que se “reposicione um meio que se tem mostrado da maior importância e eficácia no ataque inicial aos incêndios rurais”, acrescentando que a espera burocrática “deixa completamente desprotegidos os concelhos de Moura, Barrancos, Serpa, Vidigueira, Portel e Mourão”.
Ouvido pelo JN sobre a saída do meio aéreo de Moura, o comandante do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Baixo Alentejo (CSREPCBA), Carlos Pica, disse que o caso ultrapassa as suas competências.