Previsão apontava conclusão para este mês, mas complexidade da obra ditou adiamento. Orçamento, de 1,3 milhões de euros, não derrapou.
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A previsão inicial apontava para a entrada em funcionamento do heliporto do Hospital Santos Silva, em Gaia, neste mês de agosto, todavia a “complexidade da obra” ditou o adiamento para o final do ano, perspetivando-se, agora, dezembro como a data expectável para a estreia. Os trabalhos prosseguem e não obstante o atraso “não há derrapagem orçamental”, garante José Carlos Cardoso, coordenador do serviço de obras e instalações do hospital, que fala num custo de 1,3 milhões de euros para montar a estrutura no topo do edifício de cinco andares, que tem a maternidade e a urgência por baixo.
Precisamente para não afetar esses serviços, a empreitada vai decorrendo “com pinças”, nas palavras de José Carlos Cardoso, e até este momento “sem reclamações ou acidentes”, como faz questão de evidenciar.
Mas não interferir com a maternidade e a urgência não é o único motivo plausível para o arrastar do calendário da obra. Outra das razões prendeu-se com a época das chuvas, que, por imperativos técnicos, obrigou a gerir o mapa dos trabalhos. O aperto no “acesso às matérias-primas”, o que não é algo novo sobretudo neste período de maior acalmia do verão, e a “dificuldade em conseguir mão de obra especializada” também contribuíram para que este mês o heliporto não esteja operacional, contrariando o que havia sido referido em abril, quando o JN fez reportagem no local.
Testes da ANAC
José Carlos Cardoso diz que “a estrutura metálica está montada” (conforme é visível nas fotos) e que “falta o enchimento final”. Será sobre a laje, após o enchimento, que vai assentar a pista para que os helicópteros aterrem e descolem. “A betonagem da escada de emergência e a descofragem da caixa de elevador” decorreram estas semanas. O projeto contempla três elevadores, com capacidade para levar a pessoa helitransportada desde o topo à base do edifício, onde estão a urgência e os cuidados intensivos. As laterais do prédio terão duas escadas de emergência e existirão duas bombas de água para combater qualquer foco de incêndio.
A evolução de toda a estrutura, que vai ganhando a forma final, tem sido “fiscalizada”, e a nova data indicada, dezembro, já inclui a realização de testes a cargo da Autoridade Nacional da Aviação Civil.
Pedro Hispano operacional e S. João à espera
Em breve, as cidades de Gaia, Matosinhos e Porto contarão, cada uma, com o seu heliporto hospitalar. No Pedro Hispano, em Matosinhos, a estrutura continua em funcionamento. Entre os diversos casos, serve de apoio para doentes de outras regiões, nomeadamente quando é necessário o recurso à câmara de oxigenação hiperbárica. Quanto ao Hospital de S. João, no Porto, construído na sua frontaria, onde antes era um jardim, ainda não há uma data para estar ativo. Isso mesmo adiantou ontem ao JN fonte do S. João. O investimento, de 1,7 milhões de euros, é cofinanciado pela União Europeia, através do Fundo para o Desenvolvimento. Vai servir a Região Norte e funcionar 24 horas por dia.