Criar uma horta em casa foi uma das propostas feitas aos visitantes da Feira da Terra, que decorreu durante o fim-de-semana no Seixal, para mostrar e divulgar alternativas de consumo mais amigas do ambiente.
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Substituir plantas por legumes no jardim ou na varanda é a sugestão da A.B.C. - Agricultura Biológica em Casa. "Tentamos que as pessoas se aproximem mais da terra, usando-a para benefício próprio", explicou ao JN Patrícia Noya, das hortas gourmet.
"Toda a gente tem dúvidas em relação à humidade e ao ciclo da planta. A maioria dos hortícolas dura um ano. Também querem saber o espaço que ocupam as plantas", diz a responsável, justificando assim o facto de ter todos os legumes e ervas aromáticas plantadas em vasos.
A ideia de cultivar a terra e saborear depois os produtos agradou a João Jesus, de 35 anos, que decidiu levar para casa um tomate cherry. "Estou agora a desenvolver uma pequena horta na varanda. Já tenho tomate poejo, couve, piripiri e hortelã da ribeira", adianta. "É óbvio que prefiro comer o que produzo. Por mim consumia tudo biológico, mas não tenho capacidade", frisa.
Organizada pela Associação Multidisciplinar para a Inclusão e Desenvolvimento Sustentável, com o apoio da Câmara do Seixal, a segunda edição da Feira da Terra apresentou um outro espaço de agricultura biológica. O projecto municipal "Pôr as mãos na Horta" foi dado a conhecer através de workshops, com o intuito de promover hortas urbanas. "É dar oportunidade a quem tem poucos rendimentos de ter produtos próprios", explica Ana Figueira.
Energias renováveis, alternativas para a saúde, transportes ecológicos, turismo da natureza, gastronomia e artesanato foram os temas abordados em passeios, ateliês e palestras dando o mote para a promoção de estilos de vida sustentáveis.
A variedade é o que mais agrada aos visitantes. "Venho ver e acabo sempre por comprar qualquer coisa", destaca Mónica Santos, de 30 anos, considerando importante "dar a conhecer às pessoas outras coisas biológicas".
Uma das bancas mais frequentada foi a dos "Bebés da Terra" que vendia fraldas de pano. "É a versão ecológica da fralda descartável. Vai à máquina de lavar e é reutilizada", esclarece Aida Patrício, sugerindo a compra de pelo menos quinze unidades para cada bebé. "É o suficiente para lavar e secar", assegura.