Hospital de Loures abre inquérito urgente à morte de idoso à espera de transferência

Hospital Beatriz Ângelo, em Loures
Paulo Spranger/Global Imagens/Arquivo
O hospital Beatriz Ângelo, em Loures, admitiu e lamentou a morte de um idoso à espera de transferência. A administração anunciou a abertura de um inquérito com caráter de urgência.
O Conselho de Administração do hospital Beatriz Ângelo, em Loures, anunciou a abertura de um inquérito urgente à morte de um homem de 93 anos, que faleceu enquanto estava à espera de transferência para Santa Maria, em Lisboa.
“Apesar da avaliação preliminar não permitir estabelecer qualquer relação entre o tempo de permanência na urgência, a assistência prestada e o desfecho que veio a verificar-se, o Conselho de Administração determinou a abertura de um processo de inquérito com carácter de urgência para cabal apuramento dos factos”, anunciou o hospital, em comunicado a que a RTP teve acesso.
“O Conselho de Administração do Hospital Beatriz Ângelo confirma e lamenta o falecimento ocorrido ontem de um utente de 93 anos, do género masculino, como tem sido noticiado”, lê-se, ainda, no documento, citado pela RTP. Segundo o canal público de televisão, o homem deu entrada nas urgências cerca das 13 horas de segunda-feira, com a fratura na perna. Foi visto e estaria a aguardar transferência para Lisboa quando morreu no corredor do hospital, cerca de cinco horas e meia após chegar àquela unidade hospitalar.
Comissão de utentes critica falta de profissionais do SNS
Em comunicado, também, a comissão de utentes lamentou a morte do idoso e falou num "pico de procura" que deixou pacientes várias horas à espera no hospital de Loures, na segunda-feira.
"Esta situação de falta de capacidade de resposta às situações de urgência deve-se, tal como temos vindo a alertar, à falta de profissionais que possam responder às necessidades da população", argumenta a comissão de utentes do Hospital Beatriz Ângelo. "Falta agravada pelo período de férias em que nos encontramos e pela situação meteorológica que proporciona picos de procura e que não são respondidos pelos centros de saúde que enfermam da mesma falta de pessoal médico e de enfermagem", lê-se, ainda, no comunicado.
"Reiteramos a nossa convicção de que a falta de profissionais no SNS se deve a uma clara falta de investimento por parte do Governo neste, sem que se vislumbre qualquer iniciativa no sentido de lhes dar as condições de trabalho necessárias e que permita a sua fixação no sector público", adiantou a comissão de utentes, argumentando que continuará "a defender o SNS de todas as formas possíveis", e anunciando uma ação de luta para 16 de setembro.

