Dimensionado para servir uma população de 350 mil pessoas, o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa atende mais de meio milhão de utentes.
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O Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (que integra o Hospital Padre Américo, em Penafiel e o de São Gonçalo, em Amarante), sofre há vários anos de um problema de subdimensionamento. Projetado para 350 mil pessoas, serve mais de meio milhão, de 12 concelhos e quatro distritos.
A tendência para o aumento do número de doentes num dos maiores hospitais do Norte continuará a trazer problemas que, segundo Carlos Alberto Silva, presidente do Conselho de Administração, só serão ultrapassados com uma aposta ainda maior na resposta às necessidades da população, em articulação com os agrupamento de centros de saúde (ACES).
"A estrutura física é insuficiente para fazer face às necessidades da população", afirma Carlos Alberto Silva, apontando a falta de camas no internamento, gabinetes de consulta, salas para realização de exames de diagnóstico e espaços autónomos para atendimentos na Urgência.
Ao longo dos últimos anos, o número de doentes no CHTS tem vindo a aumentar e não há previsão de alteração desse rumo. Cardiologia, Pneumologia, Gastroenterologia, Urologia, Nefrologia, Neurologia, Otorrinolaringologia, assim como Medicina Interna, Cirurgia Geral ou Ortopedia são os serviços mais fragilizados, "embora quase se pudesse considerar uma limitação generalizada", refere o presidente. Apesar das dificuldades, minimizadas com "uma apertada e muito eficiente gestão de recursos", Carlos Alberto Silva reconhece o trabalho feito pela tutela nos últimos anos, com um reforço no orçamento (que passou de 74 milhões em 2016 para 110 milhões), que permitiu contratar mais de 200 novos colaboradores (sendo já mais de 2100). Permitiu ainda a abertura de novas especialidades, assim como o aumento do número de médicos em especialidades chave e a formação de médicos internos. Esse reforço de capital permitiu ao hospital alargar espaços e criar unidades, como o Hospital de Dia, a Clínica do Pé Diabético, a Clínica de Internamento para Cirurgia e o internamento de curta duração junto da urgência.
Futuro com os ACES
O futuro passará, segundo Carlos Alberto Silva, pelos cuidados primários, um caminho que o hospital já segue, através da hospitalização domiciliária e da recolha de análises nos centros de saúde, entre outros.
"Vamos ter que apostar ainda mais na resposta às necessidades da população, com maior articulação com os ACES para diminuir a afluência à urgência e garantir maior resposta programada para consultas, cirurgias e tratamentos diferenciados, tratando de fixar um maior número de profissionais nas diferentes áreas e otimizando ainda mais o Hospital São Gonçalo, em Amarante", rematou aquele responsável.
Detalhes
ACES
Existem três agrupamentos de centros de saúde (ACES) na área de influência do CHTS: o ACES Tâmega I Baixo Tâmega, o ACES II Vale do Sousa Sul e o ACES Tâmega III Vale Sousa Norte.
Coronavírus
O Hospital Padre Américo, do CHTS, foi ativado como hospital de referência "de segunda linha" para o coronavírus, ficando assim apto para dar resposta a casos suspeitos ou confirmados.