Chama-se câmara PET/CT Digital e permite ao Hospital de S. João, no Porto, a visualização detalhada de lesões mais pequenas, promovendo um diagnóstico mais preciso, especialmente em casos oncológicos. O aparelho digital é único na região norte e já está em funcionamento.
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Entrou em funcionamento, no passado dia 11, no Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto, a câmara PET/CT Digital. Com este aparelho, ao serviço da Medicina Nuclear, o hospital afirma que conseguirá "aumentar a qualidade da resposta dada, em especial aos utentes com patologia oncológica, ao identificar precocemente a doença, analisar a evolução de um tumor ou de outras infeções graves".
Além de permitir identificar, de forma detalhada, lesões mais pequenas, permite reduzir as doses de radiofármaco administradas aos doentes, aumentando a segurança dos pacientes. Trata-se de FDG -, fluorodesoxiglicose -, um análogo da glicose. E reduz, ainda, o tempo de duração do exame (em média, prolongam-se por 15 minutos). Maria Teresa Faria, diretora do serviço de Medicina Nuclear, adianta que o equipamento digital permite obter imagens de alta resolução e uma "localização anatómica mais precisa" das células oncológicas.
O radiofármaco é administrado aos doentes, que se mantêm cerca de uma hora antes da realização do exame numa sala, "com a temperatura ambiente controlada, sem qualquer estímulo sonoro ou visual, deitados e confortáveis". "É muito importante que o doente esteja sem qualquer estímulo", sublinha Maria Teresa Faria. Uma das características das células oncológicas e de outras, consoante a patologia, é a de consumirem açúcar de forma mais rápida que as outras, clarifica a médica.
Dessa forma, e com a câmara PET/CT digital, é possível recolher "informações mais precisas e tornam possível traçar planos de tratamento altamente personalizados e mais adaptados, mais eficazes e menos invasivos", reforça a diretora do serviço de Medicina Nuclear. A médica salienta também a vantagem de discutir exames realizados pelo próprio serviço daquela unidade hospitalar e não por terceiros, já que muitos doentes tinham de recorrer a prestadores externos.
Haverá, por ano, cerca de três mil pedidos para a realização de exames em câmara PET. Maria Teresa Faria nota que com a equipa atual, "é impossível absorvê-los" a todos, mas diz esperar que haja um reforço da equipa.
Por isso, nota a médica, "esta aquisição representa um acréscimo muito significativo do acesso dos utentes do SNS aos exames PET/CT". Além da Oncologia, a câmara PET/CT também será "uma ferramenta essencial na capacidade de diagnóstico e tratamento nas áreas de Cardiologia, Endocrinologia, Neurologia e Pediatria".