Os muros que hoje envolvem a zona desportiva no centro da Maia vão desaparecer. A área em torno do estádio municipal terá courts de ténis renovados, um hotel, restaurantes e novos espaços de lazer. O campo de treinos será demolido e construído noutro local.
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O plano de transformação, que contempla as ideias-chave para a principal área desportiva do concelho, está pronto. A Câmara pretende abrir esta zona com mais de 11 hectares à cidade, modernizando-a e adicionando valências que complementem a vocação desportiva e aprofundem a componente recreativa e de lazer.
Hoje, o terreno público murado, delimitado pelas avenidas Luís de Camões, D. Manuel II e pelas ruas Altino Coelho e José Rodrigues de Silva Júnior, acolhe o estádio Vieira de Carvalho com pista de atletismo, o pavilhão municipal, o campo de treinos, o complexo de ténis e um pavilhão de ginástica com uma procura diária de cerca de cinco mil utilizadores, desde crianças a adultos.
O presidente da Autarquia maiata, Bragança Fernandes, quer juntar um "pequeno Cais de Gaia" aos equipamentos desportivos.
As novas construções ficarão no terreno devoluto no interior do quarteirão, mas será necessário sacrificar, ainda, o campo de treinos contíguo ao estádio.
Dos 11 hectares, só uma parcela com 3041 metros quadrados, onde funciona um posto de combustível da BP, não pertence à Autarquia. "Existe uma estação de serviço [na Avenida de D. Manuel II, próxima da Escola EB1 de D. Manuel II] que tentaremos adquirir. Gostaríamos de retirá-la daquele local", explica Bragança Fernandes.
Quanto ao campo de treinos, a demolição aguardará por uma alternativa. O autarca garante que só será destruído quando for definida a nova localização e o futuro campo com relvado sintético estiver construído. O plano de intervenção na zona desportiva estima que a deslocação do campo ficará por 600 mil euros.
Aliás, o custo previsto para a requalificação do espaço público totalizará 4,16 milhões de euros. A Câmara prevê que parte do investimento seja feita por privados.
As novas construções ficarão a cargo do Fundo Especial de Investimento Imobiliário Fechado Parque Maior, que tem a ser cargo a urbanização de 4,5 hectares. Esse fundo é detido em exclusivo pelo Município maiato e está a desenvolver o projecto para a zona, tendo em conta o plano de transformação definido pela Autarquia e que se encontra em discussão pública até ao próximo dia 26.
No terreno devoluto com frentes para a Avenida de D. Manuel II e para a Rua de Altino Coelho, deverá nascer um hotel com centro de estágio, um parque de estacionamento, restaurantes, um health club e esplanadas. "O fundo imobiliário está a desenvolver o projecto com base na área de delimitação e do programa alargado que foi definido.
Mas o mercado é que vai ditar o que surgirá ali", sustenta Silva Tiago, vice-presidente da Autarquia da Maia, assinalando que, após a consulta pública e a análise dos contributos (que podem ou não ser integrados no plano de transformação), será desenvolvido o loteamento.
O fundo de investimento procurará investidores para construir os espaços recreativos, de lazer e de hotelaria naquela área. "Se o mercado responder favoravelmente, é um projecto que poderá ser concretizado, no máximo, em cinco anos", esclarece Silva Tiago.
No interior do quarteirão, sobrará uma área superior a 21 mil metros quadrados para converter em parque urbano com ciclovia.
Com a queda do muro que hoje envolve a zona desportiva, as quatro avenidas e ruas na envolvente serão reperfiladas.
O objectivo é, além do arranjo do piso, o alargamento dos passeios, de forma a serem capazes de suportar diferentes utilizações "temporárias ou permanentes, tais como esplanadas, quiosques, ciclovia, arborização e estacionamento".