Obra no Oporto Story Hotel esteve parada, mas foi retomada. Unidade associou-se a marca americana.
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O Oporto Story Hotel, localizado na Rua de Gonçalo Cristóvão, no Porto, no lugar que acolheu a antiga sede da companhia teatral Modestos, tem a abertura prevista para maio deste ano, depois de a obra ter sofrido uma paragem.
A data para a conclusão dos trabalhos foi adiantada, ao JN, pelo proprietário, Joaquim Palminha, que também deu conta que a unidade hoteleira, de cinco estrelas, deverá associar-se à marca norte-americana Hyatt.
O Oporto Story, com 11 pisos, três dos quais abaixo do solo, e 126 quartos, contará com uma sala de teatro, com palco, camarins e camarotes. A plateia foi pensada para acolher 130 pessoas e haverá um elevador para transportar o piano. O auditório funcionará como multiusos e servirá para eventos.
Como o nome indica, o hotel inspirou-se no teatro e em particular nos "Modestos". Aquele histórico grupo portuense, que terá nascido na Rua do Almada, fixou-se em Gonçalo Cristóvão em 1908 e ali permaneceu até encerrar a atividade, na década de 80.
O imóvel, que pertenceu à Associação Portuense de Socorros Mútuos das Classes Laboriosas, permaneceu devoluto desde aí. A sua transformação num hotel será a forma de dar uma nova vida àquele gaveto.
Fachada secular
O frontispício, datado de 1856, foi desmontado em 2018. Todos os blocos foram numerados e guardados. Um a um, voltaram ao sítio original, dando forma a uma pesada estrutura de 10 metros de altura e sete metros de comprimento, que poderá ser vista do exterior, através da vidraça.
O trabalho para reconstituir a secular fachada foi meticuloso. "Trata-se de 45 mil quilos de pedra de granito do Porto", conforme registou Joaquim Palminha. Reposto por inteiro e protegido pela vidraça, o frontispício ganhará maior visibilidade com as luzes, à noite.
MEMÓRIAS
Ajuda dos "Modestos" na compra de viaturas
Nas artes, onde foi uma escola de atores, nomeadamente para António Reis, que chegou a integrar a direção, o grupo Modestos foi considerado um dos mais importantes do século XX. Tinha uma vocação social, guiada pelo lema "Arte, caridade e beneficência". Os Bombeiros Voluntários do Porto e de Espinho foram dos que mais receberam ajuda, com a angariação de dinheiro para a compra de viaturas.
Grupo de teatro dava a mão aos carenciados
Auxiliar os mais necessitados fazia parte do espírito da companhia de teatro. Há registo de espetáculos cujas receitas reverteram a favor das populações carenciadas do Porto, Ponte de Lima, Vila do Conde e Espinho.