Uma mulher de 89 anos, natural de Lagares da Beira, no concelho de Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra, esteve 12 horas presa num poço de água com seis metros de profundidade, após ter sofrido uma queda. O acidente ocorreu no passado domingo, dia 17 de julho. A mulher foi resgatada com vida e sem ferimentos.
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Conceição Figueiredo Cura saiu bem cedo de casa para arrancar batatas, para fugir ao calor. Quando deixou o terreno agrícola, segundo o relato da octogenária aos bombeiros, decidiu limpar umas silvas à volta de um poço na sua propriedade, e que se encontrava destapado, acabando por cair lá dentro. O acidente ocorreu por volta as 8 horas.
Conceição acabaria por ser encontrada, mais de 12 horas depois, por uma neta, que ao chegar a casa, depois do trabalho, estranhou a ausência da avó. Foi à sua procura e encontrou-a dentro no poço. Depois disso alertou as autoridades, que procederam ao resgate da mulher.
"A idosa esteve sempre consciente e até colaborou no resgate", contou ao JN António Pinto, comandante dos Bombeiros Voluntários de Lagares da Beira.
"Ela própria, com a ajuda dos bombeiros, subiu a escada que foi colocada no poço. Até recusou uso de uma maca de resgate", acrescentou.
Depois de assistida no local pelos voluntários e pela ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) de Seia, a octogenária foi transportada para o Hospital da Universidade de Coimbra. Ficou internada e teve alta na segunda-feira.
Correu tudo mais do que bem. A senhora pode ir a Fátima a pé, foi um milagre. Já tem mais uma história de vida para contar
Segundo António Pinto, a mulher, reformada e que trabalhou como peixeira, nunca ficou submersa. O poço tinha cerca de um metro de profundidade de água.
"A água terá amortecido a queda. É a única justificação que se vê para, numa queda de seis metros, uma idosa de 89 anos não ter qualquer tipo de ferimento", afirmou o comandante dos voluntários de Lagares da Beira, salientando que para além do "fator de proteção", a água existente no poço também ajudou que a idosa não tivesse desidratado num "dia de extremo calor". No domingo, a temperatura máxima atingiu os 35º graus em Oliveira do Hospital.
"Correu tudo mais do que bem. A senhora pode ir a Fátima a pé, foi um milagre. Já tem mais uma história de vida para contar", concluiu o comandante dos Bombeiros Voluntários de Lagares da Beira.
Nas operações de resgate estiveram envolvidos 15 operacionais dos voluntários de Lagares da Beira e a ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) de Seia, com o apoio de cinco viaturas.